A evolução do panorama da Oncologia, em Portugal e no Mundo, tem colocado desafios crescentes aos sistemas de saúde. Por um lado assistimos a um aumento muito significativo de novos casos, fruto de alterações significativas
da estrutura da pirâmide populacional e de alterações do estilo de vida; por outro lado vemos também um aumento da demanda, e para cada doente individual, de mais meios técnicos e humanos.
As previsões de aumento de incidência têm-se confirmado, tendo o SNS conseguido acomodar, em grande parte, as novas solicitações. As sucessivas vagas de inovação têm estado associadas a custos dificilmente comportáveis, particularmente numa perspetiva de equidade, colocando os estados sob uma pressão esmagadora. O debate deste problema tem sido assumido a nível europeu, com participação ativa do nosso país.
A questão dos sobreviventes com cancro, população felizmente crescente, continua a carecer de melhor enquadramento clínico e social. O cancro é uma das doenças do futuro (e do presente) que para além duma perspetiva clínica multidisciplinar, reclama uma abordagem política e social concertada, que se estende para além dos muros das estruturas de saúde.