Boletim de Farmacovigilância
Volume 19 – Número 1 – 1º trimestre de 2015
«Do Editor:
É da natureza da fenomenologia das reações adversas que o seu risco não pode ser infelizmente eliminado, mesmo quando é bem conhecido e se encontra bem delimitado. Mas tal não significa que não se pode gerir. Como um limite matemático que tende para um determinado valor, podemos recorrer cada vez mais a medidas de minimização do risco que, passo a passo, nos vão aproximando, mesmo que milimetricamente e muito à
distância, do ilusório risco “zero”.
É este um dos grandes enfoques atuais da gestão da segurança dos medicamentos: a minimização do risco, à luz da evidência mais robusta que é possível ter em cada momento. Se nalguns casos a minimização do risco não é ainda possível ou é marginal,
noutros já vai tendo algum impacto significativo. E muitas vezes as medidas são relativamente pouco complexas, como por exemplo uma chamada de atenção específica sobre uma questão de segurança aos profissionais e doentes que utilizam determinado medicamento.
Neste Número, como habitualmente, acabamos por ter vários exemplos demonstrativos de como se vai procurando minimizar o risco à medida que se vai conseguindo obter evidência rele vante: contracetivos hormonais combinados e tromboembolismo, agomelatina e lesão hepática, lítio e tumores renais, valproato e mitocondriopatias…
Também neste Número: paroxetina (e outros inibidores seletivos da recaptação de serotonina) e agressividade, vidagliptina e mialgias, ambroxol/bromexina e reações cutâneas graves, amiodarona IV e síndrome de secreção inapropriada de hormona antidiurética. »