Com o objetivo de estudar o sofrimento psicológico na população portuguesa em dois momentos diferentes (2004 e 2014) utilizando dados gerados pela amostra de famílias ECOS (Em Casa Observamos Saúde), o Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Instituto Ricardo Jorge) realizou um estudo que calculou e comparou a frequência e distribuição da versão reduzida do indicador de sofrimento psicológico Mental Health Inventory(MHI-5).
Os resultados deste trabalho mostram que, em 2004, 25,2% da população estava em provável sofrimento psicológico, comparativamente a 20,3% em 2014. Os autores deste trabalho, sublinham que, “contudo, esta diferença não é estatisticamente significativa”.
Outra dos resultados deste estudo revela que em cada um dos períodos, os grupos populacionais com prevalências de sofrimento psicológico mais elevadas foram: a população feminina, a população com 65 e mais anos, a população com ocupação doméstica ou reformada e a população com menor nível de escolaridade.
Estas taxas de prevalência do sofrimento psicológico observadas em 2004 (25,2%) e em 2014 (20,3%) vão ao encontro de outros estudos referentes à população portuguesa. Dados do Eurobarómetro de 2003 apontavam para uma prevalência de sofrimento psicológico na população portuguesa de 29,8% em 2003, e o Inquérito Nacional de Saúde para 27,6% em 2005/2006.
ECOS é um inquérito realizado anualmente a um painel de famílias portuguesas. A amostra aleatória é constituída por aproximadamente 1000 Unidades de Alojamento, contactáveis por telefone fixo ou móvel, estratificada por Região do Continente, com alocação homogénea. Os questionários aplicados através de entrevistas telefónicas em 2004 e 2014 incluíram a avaliação do sofrimento psicológico através do MHI-5.
Para conhecer melhor este artigo de Joana Santos, Ana João Santos e Carlos Matias Dias, publicado no último Boletim Epidemiológico do Instituto Ricardo Jorge, clique aqui.