Com a chegada do verão e sendo Portugal um país com grande tradição e qualidade na oferta de marisco, surgem algumas oportunidades para consumir estes moluscos (mexilhão, amêijoa, conquilha) e crustáceos (sapateira, camarão).
No entanto, há muito que se atribuiu uma conotação negativa ao marisco pela sua riqueza em colesterol. Mas será que o marisco é dos principais responsáveis aumento dos níveis de colesterol? E o seu consumo não apresenta outras vantagens nutricionais?
Com a chegada do verão e sendo Portugal um país com grande tradição e qualidade na oferta de marisco, surgem algumas oportunidades para consumir estes moluscos (mexilhão, amêijoa, conquilha) e crustáceos (sapateira, camarão). No entanto, há muito que se atribuiu uma conotação negativa ao marisco pela sua riqueza em colesterol. Mas será que o marisco é dos principais responsáveis aumento dos níveis de colesterol? E o seu consumo não apresenta outras vantagens nutricionais ?
Se analisarmos a quantidade de gordura total presente no marisco, por exemplo no camarão (1g de gordura/100g), na amêijoa (2g de gordura/100g), ou no mexilhão (4,5g de gordura/100g), verificamos que os valores são substancialmente baixos. Sabemos hoje que os principais responsáveis pelo aumento do colesterol são sobretudo as gorduras saturadas e trans, que estão presentes em quantidades muito reduzidas no marisco. Pelo contrário, o próprio marisco poderá ser um fator protetor da saúde cardiovascular pelos interessantes níveis de ácidos gordos polinsaturados (alfa-linolénico (ALA) ou ómega-3, que possui. Do ponto de vista nutricional, o marisco é também uma boa fonte de vitamina B12, uma vitamina extremamente importante na formação das células sanguíneas e na integridade das células nervosas. Pensa-se que esta vitamina pode ainda contribuir para a redução dos níveis de homocisteína que tem um papel protetor nas doenças cardiovasculares. Em particular, as amêijoas são das maiores fontes alimentares de vitamina B12, onde apenas (12g) superam o valor diário recomendado.
Mas o marisco não se fica por aqui, pois é também uma importante fontes de proteínas de alto valor biológico, ferro, selénio e até mesmo de cálcio.
Apesar da riqueza nutricional do marisco, nem todos o podem consumir. Indivíduos com alergias alimentares ao marisco têm obrigatoriamente que o excluir da sua alimentação. Por serem também alimentos ricos em purinas estão igualmente desaconselhados para pessoas com valores elevados de ácido úrico.
Relativamente à segurança dos alimentos, é importante considerar alguns cuidados na escolha, compra e conservação do marisco. Devemos optar por bivalves com conchas bem fechadas, com cheiro fresco e agradável a maresia e carne brilhante. No caso dos crustáceos, o aspeto brilhante e luzidio, olhos negros salientes e cheiro agradável a maresia são alguns exemplos de cuidados a ter no momento da escolha e compra destes alimentos. O consumo de marisco deteriorado pode levar a intoxicações alimentares com consequência graves, sobretudo em determinados grupos de risco, como grávidas, crianças, idosos e indivíduos imunodeprimidos.
Apesar de todos os seus benefícios nutricionais teremos sempre que considerar que o método de confecção e acompanhamento escolhido é também uma questão importante. A associação do camarão com maionese, pão torrado com manteiga, excesso de sal ou a fritura, tendem a adicionar gordura de má qualidade e sal a este interessante alimento, tornando-o um alimento de risco.
O mesmo se passa com outras espécies como é o caso das “Amêijoas à Bulhão Pato”, cozinhadas apenas com azeite, alho e coentros, um marco da nossa gastronomia e qualidade nutricional em comparação com outros métodos de confecção.
Neste verão aventure-se numa mariscada não esquecendo que a simplicidade é sempre uma fiel aliada do prazer à mesa e da nossa saúde.