Comunicado do Diretor-Geral da Saúde sobre Doença dos Legionários no concelho da Maia:
«NÚMERO: C129_01_v1
DATA: 14/03/2017
TITULO: Doença dos Legionários no concelho da Maia
A propósito da situação identificada no concelho da Maia, a Direção-Geral da Saúde esclarece:
1. No âmbito do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE), desde novembro de 2016 foram notificados dois casos de doença dos legionários em trabalhadores da Empresa Sakthi Portugal SA, no concelho da Maia;
2. Na sequência da investigação epidemiológica, desde logo, conduzida pela Delegada de Saúde daquele concelho, aliás, à luz das boas práticas para situações desta natureza, foi realizado o estudo ambiental na Empresa, que incluiu a colheita de água em vários locais, destinada à pesquisa de bactérias do género Legionella;
3. Os resultados analíticos ambientais realizados no Instituto Ricardo Jorge revelaram exame cultural positivo em amostras de água em torres de arrefecimento, isto é, confirmaram a presença de colonização por bactérias do género Legionella;
4. A Delegada de Saúde Coordenadora mencionada em 2, em articulação com o Departamento de Saúde Pública do Norte, manteve os administradores da Empresa em causa informados sobre os riscos. Foi, então, suspenso o funcionamento das torres suspeitas, a fim de serem realizados tratamentos químicos de desinfeção;
5. Outros procedimentos técnicos foram implementados para verificação da eficácia dos tratamentos efetuados;
6. Para além dos dois casos de doença referidos em trabalhadores da Empresa, foram identificados mais seis outros casos de doença dos legionários e que, de acordo com os inquéritos epidemiológicos realizados não podem, ainda, ser associados à mesma fonte;
7. Neste contexto, os laboratórios do Instituto Ricardo Jorge, quer da área clínica quer ambiental, encontraram bactérias da mesma espécie: Legionella pneumophila, serogrupo 1 e, também, com o mesmo genótipo ST37 na água de uma das torres de arrefecimento e, até agora, apenas num doente internado com doença dos legionários que, entretanto, teve alta;
8. Continuam os trabalhos de investigação analítica no Instituto Ricardo Jorge, tendo em vista confirmar ou infirmar a associação causa e efeito em relação às bactérias de origem ambiental e à doença;
9. Perante a situação acima enumerada, o Diretor-Geral da Saúde emitiu, no dia 13 de março, uma declaração pública no sentido de informar a população dos procedimentos em curso e justificou a oportunidade em ter solicitado à Inspeção-Geral do Ambiente (IGAMAOT) a inspeção à referida Empresa;
10. Durante a madrugada de 14 de março, Inspetores do Ambiente procederam a uma ação de inspeção extraordinária que ainda se encontra a decorrer;
11. Estão a ser tomadas todas as medidas adequadas à situação;
12. Os cidadãos residentes no concelho da Maia não necessitam de adotar medidas específicas e adicionais;
13. A Direção-Geral da Saúde, em contacto com os serviços de saúde pública locais e regionais, bem como com o Instituto Ricardo Jorge e as Autoridades do Ambiente continuam a acompanhar a evolução da situação.
Francisco George
Diretor-Geral da Saúde»