27/12/2017
Uma sociedade científica europeia vai financiar com 400 mil euros a continuação de um estudo sobre cirurgia da catarata, desenvolvido por uma equipa de investigadores na Universidade de Coimbra (UC).
Os resultados promissores de um estudo-piloto focado na otimização dos processos de cirurgia de catarata, designadamente no implante de lentes intraoculares multifocais, desenvolvido por uma equipa de investigadores da UC, chamaram a atenção da Sociedade Europeia de Catarata e Cirurgia Refrativa (ESCRS, na sigla em inglês), que distinguiu o projeto com o prémio Clinical Research Awards, no valor de 400 mil euros, para que a investigação prossiga.
O projeto de investigação, intitulado NECSUS (NEuroadaptation after Cataract and Refractive Surgery Study), foi selecionado entre mais de 60 candidaturas de 26 países.
Com este financiamento, a equipa de investigadores vai iniciar, já no próximo mês de janeiro, um novo estudo que produza conhecimento para permitir selecionar melhor a lente a implantar em cada doente durante a cirurgia de catarata, bem como desenvolver novas lentes e estratégias terapêuticas que favoreçam a adaptação.
Depois de o estudo clínico piloto ter permitido esclarecer, através de ressonância magnética funcional, a ligação entre sintomas relacionados com a luz e as caraterísticas funcionais do cérebro humano em doentes operados às cataratas e implantados com lentes multifocais, mostrando, pela primeira vez, a associação entre as queixas reportadas pelos doentes e a atividade funcional do cérebro em tempo real, os investigadores vão agora ensaiar e «comparar diferentes tipos de lentes multifocais, para descobrir as caraterísticas das lentes que causam menos disfotópsias (encadeamento, brilho ocular, riscos estrelados) e estão associadas a maior qualidade visual», adianta Andreia Martins Rosa, investigadora no projeto.
A cirurgia de catarata é a cirurgia mais realizada em oftalmologia em todo o mundo. As disfotópsias são uma das principais causas da insatisfação após a cirurgia de catarata, obrigando à troca de lentes em 5,7 % dos casos.
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