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Transplante de córneas: Portugal pode tornar-se autossuficiente em 2018

24/01/2018

A criação de uma sala de cultura de córneas no Instituto Português do Sangue e Transplantação, prevista ainda para este ano, pode tornar Portugal autossuficiente no transplante de córneas.

Esta informação foi avançada pela responsável pelo Banco de Olhos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Maria João Quadros, que preside também o Congresso da Associação Europeia de Bancos de Olhos, que decorrerá entre 25 e 27 de janeiro, em Coimbra. Segundo a oftalmologista, esta sala de cultura vai permitir «armazenar células durante mais tempo e de certa forma ajudar a programar as intervenções cirúrgicas», diminuindo «substancialmente o número de córneas que importamos do estrangeiro».

Portugal realiza anualmente cerca de 900 transplantes de córneas e, apesar do grande avanço em termos de transplantação, em 2017 foram importadas 270 córneas. Com a criação de uma sala de cultura, Portugal terá a capacidade de ser autossuficiente, de forma a suprir necessidades de transplantes no país e, possivelmente, ceder tecidos para o exterior.

Maria João Quadrado salientou que se trata de uma sala «altamente especializada, com requisitos bastante apertados, que ainda não existe em Portugal. É uma mais-valia em termos nacionais que nos coloca ao lado do que melhor se faz a nível mundial». Frisou que Portugal não está atrasado em relação à Europa e ao resto do mundo, e que as córneas de cultura permitem um armazenamento «durante mais tempo de maneira a se programar de uma forma mais adequada a cirurgia do doente».

A especialista adianta ainda que a criação da sala de córneas é mais um passo para «melhorar o que de bom se faz no país», permitindo também aplicar as últimas técnicas de transplantação corneana de forma «mais rotineira».

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