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Instituto Ricardo Jorge assegurou a vigilância epidemiológica do Carnaval de Torres Vedras

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15-02-2018

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, através do seu Departamento de Epidemiologia, assegurou, pelo terceiro ano consecutivo, a vigilância epidemiológica do Carnaval de Torres Vedras, que decorreu entre os dias 9 e 13 de fevereiro. Organizado em estreita colaboração com a Autoridade de Saúde do Oeste Sul, o sistema implementado teve como objetivo assegurar a vigilância do estado de saúde das populações, detetando rapidamente qualquer situação de risco.

Durante os cinco dias dos festejos, que teve este ano cerca 400 mil visitantes, o que, segundo a organização, constitui um recorde, o Instituto Ricardo Jorge testou uma plataforma de registo e análise da informação em formato digital, desenvolvida em Angular, que permitiu o registo dos cuidados de saúde prestados. “A participação neste evento foi mais um passo no sentido de desenvolvermos conhecimento e ferramentas de saúde pública em eventos de massas, uma área ainda em desenvolvimento em Portugal”, explica Ricardo Mexia, médico especialista em Saúde Pública do Departamento de Epidemiologia do Instituto Ricardo Jorge.

A plataforma testada no Carnaval de Torres Vedras dispõe de uma interface com um conjunto de componentes do Angular Material, existentes em vários produtos da Google, o que torna a experiência de utilização familiar para o utilizador. Os registos dos cuidados de saúde prestados são guardados numa base de dados orientada para documentos, podendo ser acedidos a qualquer momento através de uma API e analisados em tempo real.

A recolha destes dados permitiu a elaboração de um relatório diário com todas as ocorrências e a análise de toda a informação. Esse relatório era depois partilhado com as várias entidades intervenientes (Forças de Segurança, Câmara Municipal, Produção, Proteção Civil, Bombeiros, entre outros organismos).

“A ferramenta testada aqui no Carnaval de Torres, com sucesso, permitiu identificar alguns pontos de melhoria. Para tal foi muito importante o feedback do Delegado de Saúde de Torres Vedras e da Delegação de Torres Vedras da Cruz Vermelha Portuguesa, que estava no primeiro contacto com as ocorrências”, refere Ricardo Mexia. O médico de Saúde Pública do Instituto Ricardo Jorge acrescenta ainda que o objetivo passa agora “por disponibilizar a ferramenta aos diversos operadores que a solicitem, proporcionando um meio ágil e rápido de registo e análise em tempo real da informação”.

Colaboraram na vigilância do Carnaval de Torres Vedras, além de Ricardo Mexia, Susana Martins, colaboradora do Departamento de Doenças Infeciosas do Instituto Ricardo Jorge, uma médica interna de Saúde Pública e ainda um finalista do Mestrado Integrado em Engenharia Biomédica, que está a desenvolver uma solução inovadora e integrada, que visa permitir a interoperabilidade entre os diversos sistemas e também a análise em tempo real dos dados.

Eventos de massas ou multidões (mass gatherings) são definidos como eventos que reúnem mais do que um determinado número de pessoas num local específico para uma finalidade específica (função social, de lazer, desportiva ou outra), por um período definido de tempo e que colocam sob pressão os sistemas locais. Os riscos para a saúde aumentam nestes eventos, devido ao elevado número de contactos interpessoais, à concentração elevada de participantes (oriundos de outras regiões ou países), à existência de estruturas de restauração temporárias (criando dificuldades às boas práticas de segurança alimentar), e também ao consumo excessivo de álcool e uso de drogas recreativas, o que pode também propiciar comportamentos de risco.

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