28/03/2018
Uma equipa internacional de investigação, liderada pelo Instituto Gulbenkian de Ciência, identificou características importantes das células cancerígenas, que podem ajudar os médicos na luta contra o cancro.
Este estudo realizou-se em colaboração com investigadores do Instituto Português de Oncologia, I3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, IPATIMUP – Instituto de Patologia e Imunologia Molecular, Instituto de Medicina Molecular, e Dana-Faber Cancer Institute (dos Estados Unidos da América).
De acordo com o estudo, divulgado a 28 de março, na revista científica Nature Communications, a maioria dos subtipos agressivos de cancro aumenta o número e o tamanho de umas estruturas minúsculas que existem nas células chamadas centríolos.
Em comunicado, o Instituto Gulbenkian de Ciência explica que os centríolos são cerca de cem vezes mais pequenos do que um fio de cabelo e que têm sido considerados o «cérebro da célula», porque desempenham «papéis cruciais na multiplicação, movimento e comunicação entre células».
«Esses são processos normalmente alterados no cancro e que permitem a sobrevivência e multiplicação das células cancerígenas», explica o instituto, acrescentando que o número e tamanho dos centríolos são altamente controlados nas células normais. O que os investigadores descobriram foi que nas células cancerígenas os centríolos são frequentemente mais longos e em maior número do que nas células normais.
O comunicado releva que «a equipa observou que o excesso de centríolos é mais prevalente em formas agressivas do cancro da mama, como o triplo negativo, e do cólon. Descobriram também que os centríolos mais longos são excessivamente ativos, o que perturba a divisão das células e pode levar à formação de cancro». Acrescenta ainda que os «resultados confirmam que uma desregulação no número e tamanho dos centríolos dentro das células está associada a características malignas. Esta descoberta pode ajudar a estabelecer as propriedades dos centríolos como uma forma de classificar tumores de modo a determinar prognósticos e prever o tratamento adequado».
Fonte: Lusa