06-04-2018
João Paulo Teixeira, investigador do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, foi recentemente convidado a fazer parte do Grupo de Trabalho Internacional da Agência Internacional para a Investigação do Cancro (IARC, na sigla em inglês) da Organização Mundial de Saúde. Composto por 23 peritos de 13 países, este grupo visa integrar o melhor conhecimento científico e identificar riscos para a saúde relacionados com a exposição a compostos químicos e propor políticas de prevenção.
O objetivo principal deste grupo é elaborar a “IARC Monographs on the Evaluation of Carcinogenic Risks to Humans. Volume 121: Styrene, Styrene-7,8-oxide, and Quinoline”, que salvaguarde ambientes laborais mais seguros e saudáveis. Entre os dias 20 e 27 de março, este grupo de peritos esteve reunido na sede da IARC, em Lyon (França), num encontro que contou com a participação de João Paulo Teixeira.
Segundo o investigador português, o convite da IARC surgiu devido ao trabalho que tem desenvolvido nos últimos anos na área da toxicologia, nomeadamente no Departamento de Saúde Ambiental do Instituto Ricardo Jorge. Sobre a reunião de Lyon, João Paulo Teixeira, apesar de os peritos estarem sujeitos a sigilo, adianta que “foram analisados e discutidos novos dados acerca da exposição humana ao estireno, efeitos do estireno na saúde humana e animal bem como os mecanismos na base destes efeitos. Este trabalho pretende constituir-se como uma boa oportunidade para consolidar a investigação em saúde ocupacional, ajudando a identificar e a prevenir agentes de saúde nocivos”.
Doutorado em Ciências Biomédicas pela Universidade do Porto, João Paulo Teixeira coordena desde 2005 a Unidade de Investigação do Departamento de Saúde Ambiental do Instituto Ricardo Jorge. Tem ainda sob sua coordenação o Grupo de Epidemiologia Ambiental e Laboratorial da Unidade de Investigação EPIUnit do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto.
João Paulo Teixeira é atualmente vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Toxicologia (APTox) e professor convidado da Faculdade de Medicina e do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto. Da sua atividade científica, destaca-se a investigação na área dos biomarcadores de diagnóstico e/ou identificação de risco de doença, principalmente nas áreas ambientais e ocupacionais, onde tem participado de forma ativa na avaliação do papel do dano genético nas fases preliminares da carcinogénese e outras doenças crónicas.
A IARC é uma agência intergovernamental que tem como principal objetivo promover a colaboração internacional na investigação sobre as causas do cancro. Desde a sua criação em 1965, a agência tem produzido uma série de monografias sobre os riscos de cancro para os seres humanos representados pela exposição a diversos agentes químicos nocivos para a saúde humana.