17/04/2018
Foi publicado o 1.º Relatório sobre a Carga Global da Doença e Fatores de Risco em Portugal (Portugal: The Nation’s Health 1990–2016), que resultou de um trabalho conjunto entre a Administração Regional de Saúde do Norte (Departamento de Saúde Pública), a Direção-Geral da Saúde e o Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME).
O relatório, elaborado a partir dos resultados do estudo da Carga Global da Doença 2016 efetuado pelo IHME, explora o progresso que Portugal vivenciou nos últimos 26 anos, no que se refere à saúde, bem-estar e desenvolvimento, e os novos desafios que enfrenta com o crescimento e envelhecimento da população.
O documento fornece, também, informações sobre as principais doenças e lesões que impedem os portugueses de viverem vidas mais longas e saudáveis, e apresenta os fatores de risco que mais contribuem para a perda de saúde, bem como uma visão do país em relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em 1990 e prospetivamente em 2030. Por fim, compara o desempenho da saúde em Portugal com o dos países considerados seus pares.
Do relatório destacam-se as seguintes conclusões:
- Os portugueses vivem mais tempo: entre 1990 e 2016, a esperança de vida à nascença aumentou 7,1 anos para os homens e 6,1 anos para as mulheres, diminuindo, assim, a diferença entre sexos, apesar de esta ser, ainda, superior a seis anos;
- A mortalidade prematura diminuiu: sobretudo, à custa da redução das mortes prematuras relacionadas com doenças cerebrocardiovasculares (acidente vascular cerebral e doença isquémica do coração) e acidentes de transporte;
- Os anos vividos com doença e incapacidade têm aumentado: as doenças musculoesqueléticas (dores nas costas e pescoço), as perturbações mentais (depressão e ansiedade), doenças dos órgãos dos sentidos (audição e visão), doenças de pele, distúrbios neurológicos (enxaquecas e Alzheimer) e diabetes são responsáveis por um elevado número de anos perdidos por doença e incapacidade;
- Portugal encontra-se significativamente melhor do que a média dos seus pares, no que respeita à carga global da doença, para a doença isquémica cardíaca, doença cerebrovascular, doenças dos órgãos dos sentidos, diabetes, cancro do pulmão, doença pulmonar obstrutiva crónica, infeções respiratórias inferiores, acidentes de transporte e quedas;
- O país encontra-se significativamente pior em relação às dores lombares (lombalgias) e do pescoço, perturbações depressivas, enxaqueca, doenças da pele e cancro do cólon e reto;
- É necessário prevenir a morte e o sofrimento: os principais fatores de risco para a mortalidade prematura em Portugal em 2016 foram o consumo de álcool, a alimentação inadequada, a pressão arterial elevada, o consumo de tabaco e o índice de massa corporal elevado (que engloba a pré-obesidade e a obesidade).
Para saber mais, consulte:
Institute for Health Metrics and Evaluation > Portugal: The Nation’s Health 1990–2016