19/04/2018
O Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes afirma que os problemas no Serviço Nacional de Saúde (SNS) não estarão resolvidos em 2019. Considera serem necessárias duas legislaturas para recuperar do desinvestimento no setor. «É preciso ter forças para continuar apesar da contestação», sustenta.
Por outro lado, «garantir que todos aqueles afastados dos grandes centros, que estão no interior do país e que têm muito pouca voz, pudessem ter acesso pelo menos a um mínimo de cuidados de saúde de qualidade que têm aqueles que vivem nas grandes cidades» é algo que gostava de fazer e não vai conseguir, nesta legislatura.
As declarações foram proferidas em entrevista concedida ao jornal Público e à rádio Renascença.
«Desde 2010 que não tínhamos tantos recursos financeiros” atribuídos à Saúde, sublinha, «mas é verdade que o país precisa de muito mais».
Adalberto Campos Fernandes frisa que «não se reconstroem serviços públicos em dois anos. É necessário prosseguir este esforço numa legislatura seguinte».
Na opinião do Ministro, não é possível ter um bom SNS «sem ter um Estado forte e capaz de o sustentar». Os partidos, à esquerda e à direita, terão de perceber esta premissa para que não «iludam os portugueses», refere.
Eutanásia
Questionado sobre a proposta do Bloco de Esquerda em acabar com as taxas moderadoras, o governante afirma que as mesmas «nunca foram um mecanismo de financiamento, mas de indução de uma procura mais inteligente ou adequada».
«Podemos avançar, por exemplo, no sentido de abrandar ou reduzir mais as taxas nos cuidados de saúde primários, em detrimento dos cuidados hospitalares», retorquiu.
Na mesma entrevista, Adalberto Campos Fernandes afirma ser «desfavorável à legalização da eutanásia» por questões de «consciência, pessoais e individuais», mas sublinha que «em termos políticos, enquanto Ministro da Saúde, agirei no Governo de acordo com o que for o resultado da votação parlamentar e da decisão maioritária dos representantes do povo».
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