O Instituto de Medicina Preventiva, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, apresentou, esta quarta-feira, 25 de abril, no Parlamento Europeu, o projeto HEALTH.Com Africa, que que visa responder ao consumo excessivo de álcool e drogas nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).
Os resultados do primeiro inquérito nacional realizado em São Tomé e Príncipe sobre o consumo de bebidas alcoólicas foram apresentados pela investigadora Isabel de Santiago, num workshop que decorreu em Bruxelas, dedicado ao tema da comunicação, saúde e juventude no espaço lusófono.
Trata-se de uma questão muito relevante para a Organização Mundial da Saúde – África, que considera que a situação tende a piorar, uma vez que os jovens seguem os padrões sociais de camadas mais velhas, tanto na produção artesanal, como no consumo.
Em algumas populações, como é o caso de Moçambique, têm-se verificado episódios de binge drinking, que caracterizam consumos excessivos em adultos. Recentemente, surgiram notícias na imprensa internacional relativas a uma situação de crise em saúde pública em Moçambique, resultando em algumas dezenas de mortos por consumo de álcool adulterado.
De um modo geral, toda a região de Africa é diretamente atingida, mas, atendendo ao contexto da língua e laços culturais de séculos, o projeto HEALTH.Com AFRICA destina-se aos PALOP. Estão particularmente em risco Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Angola. Guiné-Bissau também é considerado vulnerável.
A metodologia assentará em:
- Coordenação do plano com as autoridades nacionais, regionais e locais, de forma a articular as intervenções com outros esforços em curso.
- Diagnóstico social e cultural das populações visadas – realizado em colaboração com os pontos focais e os líderes, de forma a ajustar o plano às realidades locais.
- Estabelecimento de um «protocolo de comunicação em saúde», para utilização das técnicas e materiais de edutainment, adaptado a cada comunidade.
- Mobilização social – estabelecimento de diálogo e colaboração com os membros e grupos sociais mais relevantes, para construir a confiança coletiva e a aceitação das intervenções.