30/04/2018
O Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde revelou que entre 2000 e 2015 foram registadas mais de 220 mil reações adversas a medicamentos, nos hospitais portugueses.
Segundo dados de um estudo divulgado na publicação científica «Journal of Medical Systems», divulgados no último Boletim de Farmacovigilância do Infarmed, os autores analisaram a base de dados dos Grupos de Diagnósticos Homogéneos (sistema de classificação de doentes) e procuraram estimar a frequência e o impacto dos eventos adversos nos hospitais públicos.
Foram contabilizadas 15 milhões de hospitalizações nos 15 anos em análise, constatando-se que 5,8% dessas hospitalizações (860 mil) tinham no mínimo um evento adverso associado, e que 1,5% (220 mil) estavam associadas a pelo menos uma reação adversa a medicamento.
Os autores, Bernardo Sousa-Pinto, Bernardo Marques, Fernando Lopes e Alberto Freitas, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, do Porto, estimaram ainda o impacto financeiro do total de eventos adversos e dos custos que lhe estão associados em 4,8 mil milhões de euros para o total do período em análise.
Este número é seis vezes superior às notificações registadas no âmbito do Sistema Nacional de Farmacovigilância para igual período (34 mil notificações).
Apesar de haver algumas limitações metodológicas, confirma-se indiretamente que a subnotificação de reações adversas a medicamentos em Portugal é uma realidade significativa.
Para saber mais, consulte:
- Infarmed > Notícias
- Boletim de Farmacovigilância > Volume 22, n.º 2, 3.º Março 2018
- Journal of Medical Systems – Frequency and Impact of Adverse Events in Inpatients: A Nationwide Analysis of Episodes between 2000 and 2015 (em inglês)