09-05-2018
No âmbito das atividades desenvolvidas na Rede de Vigilância de Vetores − REVIVE, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, através do Centro de Estudos de Vetores e Doenças Infeciosas integrado no seu Departamento de Doenças Infeciosas, divulga o relatório – Culicídeos e Ixodídeos, relativo a 2017. O programa REVIVE tem como objetivos monitorizar a atividade de artrópodes hematófagos, caracterizar as espécies e sua ocorrência sazonal, e identificar agentes patogénicos importantes em saúde pública.
Das atividades desenvolvidas em 2017 presentes neste relatório, destaca-se o seguinte:
REVIVE – Culicídeos
- Participaram as cinco Administrações Regionais de Saúde e o Instituto da Administração da Saúde e dos Assuntos Sociais da Madeira, entidades que realizaram colheitas de mosquitos em 217 concelhos de Portugal;
- No total foram identificados 36492 mosquitos. Nas amostras, em que foi pesquisada a presença de flavivírus patogénicos para o Homem, os resultados foram negativos;
- A espécie de mosquito invasor Aedes aegypti, vetor de dengue, está presente na RA da Madeira desde 2005. Em 2017 foi identificada, pela primeira vez, na região norte do país, outra espécie de mosquitos invasor, nomeadamente Aedes albopictus. Esta espécie é também vetora de vírus como dengue, zika e chikungunya;
- No âmbito do REVIVE – Culicídeos, foi feita a vigilância em cinco aeroportos internacionais, um aeródromo e doze portos de acordo com o Regulamento Sanitário Internacional.
REVIVE – Ixodídeos
- Participaram as cinco Administrações Regionais de Saúde, que realizaram colheitas de carraças em 171 concelhos;
- Em 4597 ixodídeos não foram identificadas espécies exóticas. Em 960 carraças foi pesquisada a presença de Borrélias e Rickettsias, tendo sido observada a prevalência de 2% e 16%, respetivamente, sobretudo em amostras recolhidas quando parasitavam seres humanos.
O programa REVIVE resulta da colaboração entre instituições do Ministério da Saúde (Direção-Geral da Saúde, Administrações Regionais de Saúde, Instituto dos Assuntos Sociais e da Saúde da Madeira, Direção Regional de Saúde dos Açores e Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge) e tem como objetivos i) monitorizar a atividade de artrópodes hematófagos; ii) caracterizar as espécies e sua ocorrência sazonal; iii) identificar agentes patogénicos importantes em saúde pública, dependendo da densidade dos vetores, o nível de infeção ou a introdução de espécies exóticas para alertar para as medidas de controlo.
O REVIVE tem contribuído para um conhecimento sistemático da fauna de culicídeos e de ixodídeos de Portugal, e do seu potencial papel de vetor, constituindo uma componente dos programas de vigilância epidemiológica indispensável à avaliação do risco de transmissão de doenças potencialmente graves.
Consulte o Relatório REVIVE 2017 aqui.