Programa para a terapia do cancro

22/05/2018

O Secretário de Estado Adjunto e da Saúde (SEAS), Fernando Araújo, participou, esta terça-feira, dia 22 de maio, pelas 16 horas (15 horas em Lisboa) num encontro bilateral com a Diretora do Programa de Ação para a Terapia do Cancro da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), Nelly Enwerem-Bromson.

A reunião decorreu em Genebra, na Suíça, paralelamente à 71.ª Sessão da Assembleia Mundial da Saúde.

Nos últimos anos, a incidência do cancro em Portugal tem crescido de forma constante, a uma taxa de 3% ao ano. O aumento da incidência deve-se essencialmente ao envelhecimento da população. Atualmente, o número de novos casos diagnosticados por ano é de, aproximadamente, 50.000. A taxa de mortalidade padronizada diminuiu nos últimos anos, de 158,8/100.000 em 2010 para 152,6/100.000 em 2015.

Quando comparadas as taxas de incidência e mortalidade por cancro, com os demais países europeus, a situação portuguesa é muito favorável. Uma das principais razões é a incidência relativamente baixa de cancro de pulmão em Portugal.

Diagnóstico e tratamento

O acesso dos pacientes ao sistema começa nos cuidados de saúde primários, que referenciam os doentes para os hospitais gerais. Existe uma rede em todo o país, com o encaminhamento de doenças mais difíceis ou raras para os centros terciários.

A procura de cirurgia tem crescido de acordo com o aumento da incidência e os hospitais públicos têm respondido com mais produção cirúrgica. A radioterapia é efetuada de forma adequada, garantindo-se a renovação significativa das máquinas antigas.

Além disso, Portugal tem sido capaz de acomodar a introdução de novos medicamentos contra o cancro e os gastos em quimioterapia cresceram cerca de 12% no último ano (principalmente devido a novas classes de medicamentos, nomeadamente de imuno-oncologia e terapias alvo).

Rastreio

Portugal tem programas de rastreio para os cancros da mama, colo do útero e colo-retal.

A avaliação do cancro da mama é feita com mamografias digitais a cada dois anos, em mulheres com idades entre os 50 e os 69 anos. A cobertura nacional para o rastreio de base populacional está quase completa e pretende-se abranger o país inteiro em 2019.

O rastreio do cancro do colo do útero é um programa em mudança e, até ao final de 2018, todo o país utilizará o HPV como teste primário, realizado de cinco em cinco anos, dos 25 aos 60 anos de idade. Portugal tem uma notável cobertura vacinal contra o HPV, uma das principais razões para mudar o teste primário.

O rastreio do cancro colo-retal está a começar agora e, em 2017, atingimos 30% de cobertura nacional. O rastreio é A triagem baseia-se no teste imunológico ao sangue oculto nas fezes, seguida de colonoscopia para positivos, em pessoas dos 50 aos 74 anos, a cada dois anos.

Registo

Portugal tem registos regionais de cancro, com cobertura nacional, desde 1988. Em 2018, teve início o Registo Nacional do Cancro, para harmonizar procedimentos e trabalhar numa única plataforma eletrónica, com ligações diretas a sistemas de saúde eletrónicos.

Cuidados paliativos

Portugal tem uma rede de cuidados paliativos, iniciada em 2006, com instalações regionais para cuidados de curta e longa duração. A assistência domiciliar ainda é muito incipiente, mas está a crescer em áreas mais rurais.

Para saber mais, consulte:

Organização Mundial da Saúde > Assembleia Mundial da Saúde – em inglês

Para assistir em direto, aceda:

71.ª Assembleia Mundial da Saúde – http://www.who.int/mediacentre/events/2018/wha71/webstreaming/en/– em inglês