Se a atual tendência de obesidade infantil não for interrompida até 2025, mais de um em cada três adultos na Europa será obeso. No sul da Europa, em partes da Europa Central e Oriental e no Reino Unido, mais de uma em cada dez crianças com idades entre os 5 e os 19 anos é obesa. Em países como a Grécia, Itália e Portugal mais de uma em cada três crianças tem excesso de peso.
Foram estes os dados que levaram o consórcio STOP (Ciência e Tecnologia na Política de Obesidade Infantil) a lançar o maior projeto de pesquisa da Europa para combater a obesidade infantil, no valor de 9,95 milhões de euros. O consórcio, que conta com a colaboração de 31 organizações de 16 países, procurará identificar e testar as melhores abordagens para a prevenção e tratamento da obesidade, especialmente em crianças jovens (até os 12 anos).
O projeto STOP examinará as oportunidades com potencial de intervenção para ajudar a reduzir a carga da obesidade infantil na Europa. Isso inclui melhorar a nossa compreensão de como o ambiente em que vivemos molda o comportamento das crianças e as escolhas dos pais, começando antes do nascimento. O projeto investigará os primeiros sinais de mudanças biológicas devido a esses comportamentos, levando à obesidade, em 17 coortes de crianças na Europa.
Será realizado um estudo na Suécia, Espanha e Roménia para testar se as tecnologias digitais podem ajudar as crianças muito jovens obesas e as suas famílias a alcançar melhorias sustentáveis no peso corporal, especialmente nas crianças de um contexto socioeconómico desfavorecido. O projeto visa também tornar a indústria alimentar e outros atores comerciais responsáveis pelo que as crianças consomem. O objetivo é estimulá-los a produzir soluções inovadoras para tornar o consumo infantil mais saudável por meio de uma competição que levará à concessão de fundos para trazer as inovações mais prometedoras ao mercado.
Entre outras políticas, o projeto irá avaliar a possibilidade de os governos europeus usarem recursos como impostos, rótulos nutricionais e restrições na comercialização de alimentos e bebidas para combater a obesidade infantil.
O projeto STOP será coordenado por uma equipa da Imperial College Business School em conjunto com as suas organizações parceiras que incluem outros departamentos de pesquisa universitária, órgãos governamentais, organizações internacionais, como a Organização Mundial da Saúde ou OCDE, bem como organizações da sociedade civil preocupadas com a saúde e as crianças, como por exemplo os Consórcios Europeus EIT Health e EIT Food, que promovem a inovação nos sectores da saúde e alimentação, respetivamente.