21/07/2018
O Largo de Camões, em Lisboa, acolheu, na noite de sexta-feira, dia 20 de julho, o lançamento de uma campanha de sensibilização sobre o consumo de álcool por parte dos jovens e adolescentes, que contou com a presença dos Ministros da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, e da Administração Interna, Eduardo Cabrita.
Da responsabilidade da Administração Interna e no âmbito do Programa «Noite + Segura», que visa reforçar a segurança em zonas de concentração de estabelecimentos de diversão noturna, a primeira fase desta campanha decorrerá na segunda quinzena de julho de 2018 e incidirá sobretudo em Lisboa, no Porto e em Albufeira.
A iniciativa contempla a distribuição de panfletos aos comerciantes de bebidas alcoólicas e de cartões a adolescentes e jovens, bem como a divulgação de um vídeo sobre a vulnerabilidade do seu consumo.
De acordo com o Ministério da Administração Interna, foram impressos 15.000 cartões com o lema da campanha: «A bebedeira passa. O resto não!».
Estes cartões serão distribuídos, pelas forças de segurança, equipas de rua do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) e por desportistas conhecidos, aos menores de 18 anos.
Comportamentos aditivos aos 18 anos
De acordo com os dados do inquérito do SICAD sobre comportamentos aditivos, aplicado aos jovens de 18 anos participantes no Dia da Defesa Nacional, em 2017, as substâncias de uso legal (tabaco e bebidas alcoólicas) são as mais mencionadas. Em números absolutos, 48.546 (60% da população inquirida) são consumidores de álcool e tabaco.
Praticamente todos tomaram pelo menos uma bebida alcoólica nos 12 meses anteriores ao inquérito (consumo recente). De acordo com os dados, este consumo tem vindo a aumentar, dos 83,4% que revelavam que tinha consumido recentemente em 2015, passou-se para 84,7% em 2017. As prevalências de consumo de álcool são semelhantes entre rapazes e raparigas.
A par da frequência, o padrão de consumo destes jovens pode ainda ser caracterizado quanto à nocividade de cada ocasião de consumo, seja pela quantidade de álcool ingerido por ocasião (consumo binge, experiência de embriaguez ligeira e severa), seja pela associação de diferentes substâncias psicoativas numa mesma ocasião.
Assim, os dados revelam que, pelo menos uma vez nos 12 meses anteriores ao inquérito, metade dos inquiridos declarou ter ingerido cinco ou mais (raparigas) ou seis ou mais (rapazes) bebidas alcoólicas numa mesma ocasião (consumo binge), mais de metade experienciou um estado de inebriação por ingestão de álcool e um terço embriagou-se severamente.
O consumo de álcool abaixo dos 18 anos está intimamente relacionado com problemas de saúde e com acidentes que representam a principal causa de morte neste grupo etário. Quanto menor a idade de início do consumo de álcool, maior o risco de consumo patológico e de dependência no futuro.
O inquérito sobre comportamentos aditivos aplicado aos jovens participantes no Dia da Defesa Nacional teve a sua primeira edição nacional em 2015.