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Instituto Ricardo Jorge volta a colaborar na vigilância epidemiológica do Boom Festival 2018

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01-08-2018

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge colaborou pela terceira edição consecutiva na vigilância epidemiológica do Boom Festival 2018, que decorreu, em Idanha-a-Nova, entre os dias 22 a 29 de julho. A colaboração teve como principal objetivo a deteção precoce de eventuais situações de risco para a saúde dos participantes, permitindo uma resposta atempada e adequada por parte dos Serviços de Saúde.

Através da monitorização em tempo real dos cuidados de saúde prestados no terreno, a participação do Instituto Ricardo Jorge visou detetar rapidamente qualquer situação que precisasse de intervenção para defesa da saúde dos participantes no festival. Esta ação decorreu no âmbito de um protocolo celebrado entre a Unidade Local de Saúde de Castelo Branco (ULSCB) e o Instituto Ricardo Jorge, tendo estreita articulação com as autoridades de saúde locais e contando ainda com a colaboração da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova.

Além das ocorrências de saúde detetadas no “Hospital de Campanha” (Boom Medical Service) e no Kosmicare (um espaço dedicado ao acompanhamento e tratamento de situações associadas a alterações psicológicas), foram registadas as ocorrências relacionadas com o festival nas unidades de saúde da ULSCB, incluindo o Centro de Saúde de Idanha-a-Nova e o Hospital Amato Lusitano em Castelo Branco, sendo essa recolha articulada com os respetivos serviços.

A recolha destes dados permitiu a elaboração de um relatório diário com todas as ocorrências e a análise de toda a informação. Esse relatório foi depois partilhado, num briefing diário, com as várias entidades intervenientes (Produção do Festival, Proteção Civil, Bombeiros, GNR, SEF, Câmara Municipal e DICAD, entre outros organismos).

A equipa de vigilância epidemiológica foi composta por 17 elementos. Além da coordenação de Ricardo Mexia (médico de Saúde Pública e epidemiologista do Departamento de Epidemiologia do Instituto Ricardo Jorge), integraram a equipa Emma Saez (microbiologista integrada no Programa EUPHEM no Instituto Ricardo Jorge), oito médicos internos de Saúde Pública, três médicos de Medicina Geral e Familiar, dois médicos internos de Medicina Geral e Familiar e duas estudantes de Medicina.

Eventos de massas ou multidões (mass gatherings) são definidos como eventos que reúnem mais do que um determinado número de pessoas num local específico para uma finalidade específica (função social, de lazer, desportiva ou outra), por um período definido de tempo e que colocam sob pressão os sistemas locais. As implicações de saúde desde tipo de evento incluem desde o risco de transmissão de doenças infeciosas, lesões ou doenças crónicas, até ao potencial de funcionarem como atividades promotoras de saúde.

No caso concreto dos festivais de música, os riscos para a saúde são aumentados, devido ao maior número de contactos interpessoais, à concentração elevada de participantes, oriundos de outras regiões ou países, com alojamentos e estruturas de restauração temporárias que podem contribuir para um maior risco de doenças transmissíveis e também com consumos de álcool ou uso de drogas recreativas, o que pode também propiciar comportamentos de risco.

O Boom Festival é uma comemoração multidisciplinar de cultura psicadélica que tem lugar, a cada dois anos, na Barragem Marechal Carmona, em Idanha-a-Nova. A edição deste ano contou com a presença de mais de 30 mil participantes oriundos de 147 países e territórios.

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