02/08/2018
O Departamento de Saúde Pública da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo admitiu o reforço dos meios e o alargamento das consultas nas unidades de saúde da região se a procura aumentar, devido ao «aumento súbito das temperaturas».
“Vamos fazer a monitorização do aumento da procura nos centros de saúde e hospitais e, se for necessário, ou seja, se aumentar a média diária da procura nas unidades, então haverá um reforço das equipas clínicas e o alargamento das consultas”, explicou a delegada de saúde do Alentejo, Filomena Araújo.
«Os profissionais estão todos alertados e as unidades dispõem de todos os mecanismos» para que esse reforço possa ser implementado. «Estamos a divulgar as informações para que as pessoas se protejam e para que os profissionais aconselhem os seus utentes e temos o plano de contingência regional para o verão ativado desde maio», acrescentou.
No Alentejo, segundo Filomena Araújo, as temperaturas elevadas no verão «são normais» e «as pessoas já estão adaptadas», pelo que não se costuma registar um aumento da procura nas unidades de saúde, mas o calor que está previsto para os próximos dias «é atípico».
«Normalmente, no Alentejo, quando há muito calor como o que se prevê, nesta altura do ano, não temos grande problema. Este ano, é que não é o caso porque não temos tido um verão normal, tem sido mais fresco e, por isso, não houve ainda uma adaptação fisiológica das pessoas a estas temperaturas», salientou.
Por isso, perante este «aumento súbito» das temperaturas, «podem vir a surgir alguns problemas», admitiu a delegada de saúde regional, alertando que, além do calor, as previsões apontam para «outros três fatores de risco», como as «poeiras do norte de África, que aumentam os problemas respiratórios, e níveis de ozono e de raios ultravioleta muito elevados».
Lembrando que «os efeitos das ondas de calor» se começam a sentir «48 a 72 horas» após o início do aumento das temperaturas, Filomena Araújo avisou que, para evitar o recurso às unidades de saúde, a prevenção deve ser uma prioridade para a população, sobretudo para os grupos de risco, como idosos, crianças ou doentes crónicos.
«O que importa é que cada pessoa se proteja. São tudo coisas mais ou menos simples, que passam por evitar a exposição direta ao sol nas horas de mais calor, não descurar a hidratação, usar roupas largas e manter a casa fresca», exemplificou.
Reforçar a vigilância de idosos e doentes crónicos que vivem sozinhos, moderar as atividades ao ar livre e ter atenção aos avisos das autoridades de saúde, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e da Autoridade Nacional de Proteção Civil são outros conselhos da delegada de Saúde.
O IPMA alertou que, nos próximos dias, as temperaturas máximas em Portugal vão estar «muito acima dos valores normais para a época» e podem atingir «máximos absolutos em vários locais», com máximas a rondarem os 45º C e as mínimas a aproximarem-se dos 30º C.
Fonte: LUSA