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Mais recursos no Alentejo: Hospital de Évora já colocou 38 bombas de insulina a crianças

01/10/2018

O Serviço de Pediatria do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) já colocou 38 bombas de insulina a crianças da região com diabetes Mellitus tipo1.

O Centro de Tratamento de Dispositivos de Perfusão Subcutânea Contínua de Insulina  (PSCI) do Serviço de Pediatria do HESE foi um projeto iniciado em 2014, que contou com o especial empenho da equipa da Consulta Multidisciplinar da Diabetes na Criança e Adolescente do Serviço de Pediatria do HESE para a abertura do Centro em Évora, para toda a Região do Alentejo. Existiam apenas Centros em Lisboa, Coimbra e Porto.

Em dezembro de 2017, foi aprovada pela Direção-Geral da Saúde (DGS) a candidatura no âmbito do Programa Nacional para a Diabetes, e é, desde janeiro de 2018, Centro de Tratamento de Dispositivos de Perfusão Subcutânea Contínua de Insulina (PSCI). Foi o primeiro Centro do Sul. Com uma equipa dedicada e especializada nesta área é possível garantir a equidade dos cuidados no Alentejo para todas as crianças com esta patologia. Desta forma, as crianças da região já não têm que se deslocar a Lisboa para colocação bombas de insulina e seu seguimento.

Para a Dr.ª Isabel Joaquim, responsável pelo Centro e pela e Consulta Multidisciplinar da Diabetes na Criança e Adolescente, «a concretização deste projeto, a abertura do Centro de Tratamento de Dispositivos de Perfusão Subcutânea Contínua de Insulina em Évora, é fundamental para garantir a equidade dos cuidados às crianças do Alentejo com esta patologia. Por outro lado, a existência destes novos sistemas de infusão contínua subcutânea de insulina permite uma melhor qualidade de vida das crianças e jovens com Diabetes Mellitus tipo1 e também um melhor controle metabólico, o que origina menores complicações no futuro». E acrescenta que «até agora já mudámos a vida de 38 crianças e esperamos conseguir um total de 45 até ao fim do ano».

A colocação de bombas de insulina é um processo que envolve a equipa da Consulta Multidisciplinar da Diabetes na Criança e Adolescente, as famílias e as crianças. Exige várias sessões de esclarecimento, ensino e adaptação de todos ao novo equipamento. Apesar de demorado, é um processo muito compensatório. Para Vanessa Roma, mãe de Leonor Mourão, jovem de 11 anos que iniciou agora este processo «esta nova bomba de insulina vai melhorar muito as nossas vidas porque permite que a Leonor tenha mais autonomia e que não faça tantas picagens ao longo do dia».

Dr. Helder Ornelas, Diretor do Serviço de Pediatria reconhece que «este Centro constitui uma diferenciação muito importante para o Serviço de Pediatria. Como Diretor de Serviço, é um orgulho a concretização deste objetivo, especialmente para as crianças com Diabetes Mellitus tipo1 desta região. É de salientar o excelente trabalho desenvolvido por esta equipa multidisciplinar especializada, que reúne médicas e enfermeiras, cuja motivação e empenho tornaram possível a abertura deste Centro».

Sobre a diabetes Mellitus tipo1

A diabetes Mellitus tipo1 é uma das doenças crónicas mais frequentes nas crianças e nos adolescentes. A terapêutica com insulina necessária para a vida destas crianças e adolescentes é administrada em várias injeções diárias (no mínimo 5) ou com a bomba de insulina e também fazem várias picadas para avaliação das glicémias capilares, a fim de obter o melhor controle metabólico possível pelos ajustes frequentes realizados. A exigência de cuidados a que obriga implica grande envolvimento das famílias e, nas crianças mais pequenas e adolescentes, a cuidados quase permanentes, o que condiciona a vida de todos.

A implementação em Portugal de outra forma de administração de insulina, através dos sistemas de infusão contínua subcutânea de insulina (bombas de insulina), veio permitir uma melhor qualidade de vida dos doentes.

No âmbito do Programa Nacional para a Diabetes, o Ministério da Saúde pretende que, até ao final de 2019, todos os menores com diabetes tipo 1 inscritos na plataforma da DGS tenham acesso gratuito a tratamento com estes dispositivos.

Para saber mais, consulte:

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