08/10/2018
Portugal vai reforçar os canais para fazer chegar medicamentos aos luso-venezuelanos, uma área com «grandes carências», anunciou esta segunda-feira, dia 8 de outubro, a Secretária de Estado da Saúde, Rosa Valente de Matos, durante uma visita ao Centro de Especialidades Médicas Virgem del Valle, em Anzoátegui, na Venezuela, onde funciona um dos núcleos da Rede Portuguesa de Assistência Médica e Social.
Rosa Valente de Matos integra uma delegação que acompanha o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, que está de visita à Venezuela.
«Há de facto aqui uma grande carência na área do medicamento, à qual o Governo português tem estado atento e respondendo. E vamos ainda responder mais e melhor. Por isso, vamos assinar um protocolo no qual esta área do medicamento é bastante focada e vão ser criados canais facilitadores para que os medicamentos cheguem efetivamente àqueles que precisam deles», afirmou a Secretária de Estado da Saúde.
O Estado português irá prestar um apoio efetivo aos cidadãos luso-venezuelanos também em matéria de cuidados hospitalares, através do internamento em Portugal na área renal e de oncologia.
O acordo será assinado entre o Governo de Portugal e as entidades responsáveis, como a Embaixada de Portugal em Caracas, os consulados e a Associação de Médicos Luso-Venezuelanos (Assomeluve), que constituem a Rede Portuguesa de Assistência Médica e Social.
Esta rede faz o levantamento das necessidades, não só em termos de saúde, mas também em termos sociais, «prioriza essas necessidades e fá-las chegar à embaixada, que, por sua vez, as faz chegar aos canais respetivos, para que a resposta seja dada», salientou a governante.
A Secretária de Estado visitou, também, o espaço da Assomeluve, que tem sede em Barcelona, na qual médicos lusodescendentes fazem cinco ou seis consultas gratuitas por dia a cidadãos portugueses. Conta com especialistas em pediatria, cirurgia, geriatria e neurologia.
Sobre a visita, Rosa Valente Matos disse que «é muito importante ouvir as pessoas e as suas necessidades e depois oferecer aquilo de que elas efetivamente necessitam». Além disso, recordou que há um conjunto de medidas, já anunciadas pelo Secretário de Estado das Comunidades, «que abrange desde a área social à área do emprego».
«Eu vim especificamente para me focar na saúde e nas necessidades que as pessoas têm», afirmou a Secretária de Estado da Saúde, destacando a falta de medicamentos.
Rosa Valente Matos elogiou ainda, apesar das dificuldades, «o sorriso e a esperança na cara» dos emigrantes com quem falou e que estão no país há 50 anos. «Há uma grande esperança neles. Isso eu gostei de ver. Eles acreditam na nossa ajuda e acreditam que isto efetivamente pode melhorar. Gostei de ver o sorriso, o olhar sereno, preocupado, mas sereno e de esperança».
Por outro lado, Agostinho Vieira, coordenador da Assomeluve, explicou que as doenças que mais afetam os portugueses são «doenças crónicas, diabetes, hipertensão arterial, artrite e insuficiência venosa e há uma percentagem de pacientes que tem problemas urológicos, oncológicos, que precisam de apoio, de medicamentos».
«As pessoas que estão doentes, portugueses e filhos de portugueses, estão esperançadas que possam ser ajudadas pelo Governo português e isso é bem-vindo aqui. Agradece-se que estejam a olhar para os portugueses que vivem na Venezuela», concluiu.
Fonte: LUSA