12-10-2018
Na época 2017/2018, observou-se, em Portugal, uma atividade gripal de intensidade baixa-moderada, com o período epidémico a ocorrer entre dezembro e fevereiro (semanas 52/2017 e 7/2018) e o valor mais elevado da taxa de incidência semanal de síndrome gripal (78,8 por 100 mil habitantes) a ser registado na semana 52/2017. Esta é uma das conclusões do relatório anual do Programa Nacional de Vigilância da Gripe (PNVG), apresentado, dia 12 de outubro, no âmbito da 7ª Reunião da Vigilância Epidemiológica da Gripe.
O Relatório PNVG 2017/2018 indica também que o vírus predominante durante a época foi o vírus do tipo B, embora tenham circulado também ambos os subtipos A(H3) e A(H1)pdm09, em menores proporções. Os vírus do tipo B/Yamagata circulantes foram diferentes do contemplado na vacina antigripal de 2017/2018. A análise genética dos vírus A(H3) circulantes mostrou uma grande diversidade, a maioria destes vírus distintos da estirpe vacinal, enquanto que os vírus do subtipo A(H1)pdm09 assemelharam-se ao contemplado na vacina antigripal.
Elaborado pelo Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios do Departamento de Doenças Infeciosas e pelo Departamento de Epidemiologia do Instituto Ricardo Jorge, em colaboração com a Direção-Geral da Saúde, o documento refere ainda que, durante o inverno, observou-se, em Portugal e em outros países da Europa, um excesso de mortalidade por todas as causas no período coincidente com a epidemia de gripe e com as temperaturas extremas registadas em dezembro e fevereiro.
A vigilância da gripe em Portugal através do PNVG permite monitorizar, descrever a atividade gripal, detetar e identificar os vírus da gripe em circulação, através da integração das componentes de vigilância clínica e laboratorial. A componente clínica possibilita o cálculo de taxas de incidência permitindo descrever a intensidade e evolução da epidemia no tempo, enquanto a componente virológica e laboratorial tem por base o diagnóstico laboratorial do vírus da gripe o que permite identificar e caraterizar os vírus da gripe em circulação em cada inverno.
Parte da informação resultante desta vigilância é semanalmente publicada, à quinta-feira, no Boletim da Vigilância Epidemiológica da Gripe, que tem como base um conjunto de dados e informações gerados por sete componentes distintos. Na presente época, o Sistema de Nacional de Vigilância da Gripe foi ativado em outubro de 2018 (semana 40) e funcionará até maio de 2019 (semana 20). A componente clínica deste sistema manter-se-á ativa durante todo o ano de 2019.
Programa Nacional de Vigilância da Gripe – Relatório da época 2017/2018
12-10-2018
No âmbito da 7ª Reunião da Vigilância Epidemiológica da Gripe em Portugal, realizada dia 12 de outubro, em Lisboa, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge divulga o relatório anual do Programa Nacional de Vigilância da Gripe (PNVG). A presente publicação descreve a caraterização clínica e laboratorial da atividade gripal na época 2017/2018.
O PNVG assegura a vigilância epidemiológica da gripe em Portugal, integrando as componentes de vigilância clínica e laboratorial. A componente clínica possibilita o cálculo de taxas de incidência permitindo descrever a intensidade e evolução da epidemia no tempo. A componente virológica tem por base o diagnóstico laboratorial do vírus da gripe o que permite detetar e caraterizar os vírus da gripe em circulação em cada inverno.
As atividades do PNVG são desenvolvidas pelo Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios do Departamento de Doenças Infeciosas e pelo Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, em colaboração com a Direção-Geral da Saúde.
Da descrição da atividade gripal no inverno de 2017/2018 agora apresentada, destacam-se os seguintes resultados:
- Na época 2017/2018 a epidemia de gripe ocorreu entre dezembro e fevereiro e a atividade gripal foi de intensidade baixa a moderada;
- O vírus da gripe do tipo B foi o predominantemente detetado. Foram também identificados vírus dos subtipos A(H3) e A(H1)pem09 em circulação;
- Os vírus do tipo B/Yamagata circulantes foram diferentes do contemplado na vacina antigripal de 2017/2018. A análise genética dos vírus A(H3) circulantes mostrou uma grande diversidade, a maioria destes vírus distintos da estirpe vacinal. Os vírus do subtipo A(H1)pdm09 assemelharam-se ao contemplado na vacina antigripal;
- Foram detetados outros vírus respiratórios em circulação, tendo sido o vírus sincicial respiratório (RSV) o mais frequente em cuidados hospitalares;
- Observou-se um excesso de mortalidade no período coincidente com a epidemia de gripe, em especial nos indivíduos com idade superior a 85 anos;
- A taxa de admissão de casos confirmados de gripe em UCI registou o valor máximo na semana 1/2018 (7,6%). Nas UCI foram detetados em igual proporção os tipos A e B do vírus da gripe.
Os resultados obtidos no relatório constituem informação útil para a orientação e planeamento de medidas de prevenção e controlo da gripe de forma precisa. Para consultar o Relatório PNVG 2017/2018, clique aqui.