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Diagnóstico de microrganismos: Hospital de Évora tem sistema para identificar bactérias e vírus

31/10/2018

O Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) já está equipado com um sistema de diagnóstico laboratorial de microrganismos único no país, ao nível das unidades hospitalares públicas, que permite acelerar a identificação de bactérias e vírus.

De acordo com a unidade hospitalar, trata-se de «uma solução única e inovadora implementada, até à data, exclusivamente neste hospital», no que respeita ao setor público.

O sistema consiste em «novas ferramentas de diagnóstico in vitro [em ambiente controlado, no laboratório] que permitem uma maior rapidez na identificação de microrganismos, em particular bactérias».

Esta solução integra, no total, «três equipamentos», explicou a Diretora do Serviço de Patologia Clínica do HESE, Filomena Baptista Caldeira. «Neste momento, há mais um hospital que já tem algum destes equipamentos, mas os três juntos somos o único», disse, referindo que o sistema foi fornecido por uma empresa, «contra consumo dos reagentes», pelo que envolve «muito pouco gasto» por parte da unidade.

Uma das ferramentas é um sistema de biologia molecular multiplex, que deteta o ADN «de várias bactérias e vírus» ao mesmo tempo, enquanto outra faz com que seja «mais rápido» obter uma «hemocultura positiva», isto é, «deteta mais rapidamente o crescimento dos microrganismos», salientou.

A terceira ferramenta é uma outra técnica que permite igualmente acelerar a identificação dos microrganismos no sangue, «depois das colónias já crescidas», quando não se recorre ao sistema de biologia molecular multiplex, acrescentou.

Com esta solução torna-se possível identificar bactérias e vírus num prazo de aproximadamente 24 horas, quando, normalmente, este processo requer, pelo menos, o dobro desse tempo.

«Com a identificação mais rápida e maior precisão, torna-se também mais rápido diagnosticar patologias e, por isso, adequar a terapêutica às necessidades concretas do doente, com vista a um tratamento mais eficaz», defendeu a Diretora da Patologia Clínica.

Filomena Baptista Caldeira precisou que o médico, munido destes resultados, pode prescrever um antibiótico «mais dirigido», ou seja, mais específico para determinada bactéria ou vírus, «em vez de dar um de muito largo espetro e que dá para muitos microrganismos».

Como os equipamentos revelam «algumas das resistências aos antibióticos» por parte dos microrganismos detetados, isso permite ao médico adequar a «prescrição do antibiótico».

Fonte: Lusa

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