07/11/2018
Cinco agrupamentos de centros de saúde (ACES) da área metropolitana de Lisboa vão coordenar ações na área da mutilação genital feminina, nomeadamente formação, para prevenir, detetar casos e conhecer melhor o fenómeno.
O projeto piloto, Práticas Saudáveis – Fim à Mutilação Genital Feminina, foi apresentado e formalizado no dia 7 de novembro, pelas Secretárias de Estado da Saúde, Raquel Duarte, e da Cidadania e Igualdade, Rosa Monteiro, na Amadora.
A implementação desta rede fica a cargo da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG) e do Alto Comissariado para as Migrações (ACM).
Neste contexto, foram escolhidos os cinco agrupamentos de centros de saúde dos concelhos onde foi detetada maior incidência de casos entre a população residente: Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Loures, Moita, Montijo, Odivelas, Seixal e Sintra.
As atividades incluem a capacitação de profissionais de setores como a saúde, a educação, justiça, segurança social ou as forças de segurança, além de iniciativas de intervenção comunitária para mobilizar toda a comunidade na luta contra a mutilação genital feminina.
No final da cerimónia, a Secretária de Estado da Saúde, Raquel Duarte, defendeu que é preciso conhecer para depois conseguir identificar precocemente e prevenir, adiantando que a «grande maioria dos casos não foram praticados em Portugal», apesar de haver «identificação de três casos praticados em Portugal».
De acordo com dados da Direção-Geral da Saúde, uma análise de casos entre 2014 e 2017, mostra que foram detetados 237 casos de mutilação realizada fora do país, além de outros três em território nacional, com a média de idades das meninas a rondar os sete anos.
«É preciso ter noção da realidade, ter uma sensibilidade ao nível dos profissionais para a sua identificação, para a sua resolução e isso só pode ser feito com o envolvimento da comunidade, da população porque isto só em conjunto é que consegue ser resolvido», sublinhou Raquel Duarte.
A Secretária de Estado da Saúde acrescentou ainda, que é preciso capacitar os profissionais de saúde numa fase inicial, de modo a terem uma clara noção da realidade e saberem identificar o fenómeno com a devida sensibilidade.
Fonte: Lusa