09-11-2018
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) comemorou, dia 9 de novembro, o seu 119º aniversário, com um conjunto de iniciativas que tiveram lugar nas suas instalações em Lisboa. O programa do evento, que contou com a presença da Ministra da Saúde, Marta Temido, teve como ponto alto a Conferência-debate “Objetivos do Desenvolvimento Sustentável no Quadro da Saúde Global: Os pobres morrem mais cedo”, proferida pelo Professor Doutor Adriano Moreira.
A Conferência-debate contou com um painel de discussão, constituído por Félix Rosenberg (Secretário Executivo da Rede de Institutos Nacional de Saúde Pública da CPLP), Gonçalo Teles Gomes (Vice-Presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua), José Martins Nunes (Alto Comissário para a Saúde Global) e Manuel Lapão (Diretor de Cooperação da CPLP). Este painel de discussão teve como moderador José Maria Albuquerque, vogal do Conselho Diretivo do Instituto Ricardo Jorge.
No discurso de abertura da sessão de abertura, Fernando de Almeida, presidente do Instituto Ricardo Jorge, sublinhou o facto de o Instituto enfrentar atualmente um desafio “de renovação e reposicionamento na sociedade portuguesa e de investimento no reforço do seu papel a nível nacional e internacional”, destacando também a necessidade de dotar a instituição de “uma estrutura renovada que se apresente mais autónoma, flexível e ágil, propiciando condições que melhor permitam levar a cabo a sua tripla missão como Laboratório do Estado no setor da saúde, Laboratório Nacional de Referência e Observatório Nacional de Saúde”.
“Porque o INSA apresenta uma trajetória histórica diferenciada e com especificidades institucionais próprias, em várias áreas de atuação, deve promover uma cultura de abertura e pluralidade onde a multidisciplinaridade e complementaridade são fundamentais”, realçou ainda Fernando de Almeida. “Algumas das suas mais importantes funções essenciais no sector da saúde são, designadamente, a função laboratorial de referência e a vigilância epidemiológica e observação em saúde, funções distintas e que não se podem confundir com a investigação e inovação em saúde, nomeadamente a investigação clínica e a inovação biomédica”, acrescentou.
Fernando de Almeida alertou também para o risco da “implementação de modelos onde se sacrifique a autonomia ou a fragmentação do INSA porque a independência entre a instituição que produz informação e conhecimento científico (baseado na evidência) e a instituição que detém o poder decisor e normativo deve ser assegurado em prol da sua credibilidade técnica (junto da comunidade científica e a população em geral), aceitação e reconhecimento entre os pares”. O presidente do INSA reconheceu, no entanto, que se impõe ao Instituto “maior dinamismo e competitividade”, decorrente dos novos desafios que se colocam no campo da investigação científica e na monitorização, vigilância epidemiológica, referência e na resposta aos problemas de Saúde Pública.
O programa das comemorações do 119º aniversário do Instituto Ricardo Jorge incluiu ainda a realização de uma homenagem aos colaboradores do INSA com 30 ou mais anos de serviço. Foi também inaugurada a exposição de pintura “Retratos de Viagem: Da Imagem ao Pensamento…”, da autoria de Carlos Pinto (diretor do Centro de Saúde Pública Doutor Gonçalves Ferreira, no Porto).
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