29/11/2018
Mais de duas centenas de profissionais de várias áreas, algarvios e andaluzes, participaram no 1.º Seminário Regional «Saúde e Prevenção da Violência no Ciclo de Vida», realizado na terça-feira em Olhão.
A organização pertenceu à Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, através do grupo de trabalho da Violência ao Longo do Ciclo de Vida e da Coordenação Regional da Ação de Saúde para Crianças e Jovens em Risco e da Ação de Saúde sobre Género, Violência e Ciclo de Vida, com o apoio do Município de Olhão.
Durante a sessão de abertura, o presidente da ARS Algarve, Paulo Morgado, lembrou que «a violência é um problema de saúde pública, mas como muitos problemas de saúde pública é previsível e evitável na maior parte dos casos».
«Todos, enquanto sociedade, têm um papel a desempenhar na prevenção da violência», salientou, acrescentando que “a violência é um problema multifacetado e transversal a todas as sociedades e classes sociais».
O Presidente da ARS Algarve lançou o desafio a todos os participantes para que no seu dia a dia «perguntem, não tenham medo de perguntar se existe violência, não tenham medo de suspeitar».
«Se souberem perguntar, se souberem investigar, vão perceber que há muita violência escondida, porque só desta forma, identificando, sinalizando e registando, será mais fácil elaborar um plano, atuar, agir e ajudar nas várias situações», frisou Morgado.
Ao longo do dia, o conjunto de profissionais das áreas da saúde, social e jurídica de estruturas nacionais, regionais do Algarve e de Andaluzia debateram a prevenção da violência de género, as boas práticas na promoção dos direitos das crianças e prevenção ao longo do ciclo da vida, violência interpessoal e, ainda, violência, saúde, justiça e proteção, com o objetivo de estimular a reflexão acerca da problemática da violência ao longo do ciclo de vida.
Francisco Narciso e Paulo Morgado
O seminário concluiu-se com a assinatura do protocolo de cooperação para combate à violência doméstica, entre a ARS e o Ministério Público, representado pelo coordenador da Comarca de Faro, Francisco Narciso.
A ARS Algarve é uma das 26 entidades regionais que assinaram este acordo, que visa reforçar a articulação interinstitucional para melhorar a resposta na região do Algarve ao fenómeno da violência doméstica em relação à investigação criminal, à prevenção, à intervenção para proteção dos menores e adultos envolvidos e ao encaminhamento das vítimas para as estruturas de apoio mais adequadas às suas necessidades.
«Estamos muito empenhados no combate à violência de todas as formas. A violência é o problema de saúde pública mas também um problema multifacetado que exige uma atuação concertada, por isso, assim que fomos convidados a fazer parte deste protocolo respondemos de imediato de forma positiva», sublinhou Paulo Morgado.
De referir que o protocolo envolve a Procuradoria da República da Comarca de Faro, Ministério Público, Guarda Nacional Republicana, Polícia de Segurança Pública, Polícia Judiciária, Administração Regional de Saúde do Algarve, Centro Hospitalar Universitário do Algarve, Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Centro de Segurança Social do Algarve, os gabinetes médico-legais do Sotavento e Barlavento algarvios, a Associação de Apoio à Vítima e as 16 Comissões de Proteção de Crianças e Jovens do Algarve.
Visite:
ARS do Algarve – http://www.arsalgarve.min-saude.pt/