18-12-2018
O novo procedimento implementado pelo Laboratório de Microbiologia da Unidade de Água e Solo do DSA consiste numa análise simples, adaptada da legislação sueca, que contempla a contagem de bolores e de leveduras, utilizando uma metodologia acessível à maioria dos laboratórios que executam análises microbiológicas em matrizes ambientais. Isto porque apesar dos contaminantes fúngicos não fazerem parte dos atuais parâmetros de segurança microbiológica, há evidência crescente da importância de alargar a vigilância destes contaminantes em contextos específicos.
Da autoria de uma equipa pluridisciplinar, da qual fizeram parte especialistas em micologia clínica e ambiental e em indicadores de qualidade da água do Instituto Ricardo Jorge, o artigo científico que está na origem da nova análise foi discutido na comissão de peritos da Comissão Europeia, perspetivando, com base numa análise de risco, a integração dos contaminantes fúngicos na Diretiva em revisão relativa à qualidade da água para consumo humano.
Segundo os autores de “Fungal Contaminants in Drinking Water Regulation? A Tale of Ecology, Exposure, Purification and Clinical Relevance“, “não existe atualmente um método analítico uniformizado, um mapeamento geográfico de contaminantes fúngicos e o desenvolvimento de uma metodologia de colheita dirigida para pesquisa de fungos”. Foi também identificado, neste trabalho, como estando em falta um “estudo alargado de presença de micotoxinas e compostos orgânicos voláteis de origem fúngica nas águas e uma avaliação epidemiológica do impacto de algumas espécies fúngicas de interesse acrescido”.