Utilização dos cuidados de saúde na presença de síndrome gripal: descrição das épocas 2011/2012 a 2016/2017 – INSA

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04-01-2019

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, através do seu Departamento de Epidemiologia, realizou um estudo com o objetivo de caracterizar o comportamento de procura de cuidados de saúde numa amostra da população portuguesa face a sintomatologia de gripe (síndrome gripal-SG), com base em informação recolhida pelo sistema de vigilância participativa Gripenet. Resultados obtidos indicam que a maior parte da população (71,3%) não recorre a nenhum serviço de saúde numa situação de SG.

Nas seis épocas de gripe estudadas (2011/2012 a 2016/2017) foram identificados na base de registos de Gripenet, 4196 casos de SG, com idade entre os 1 e 86 anos, dos quais 39,8% eram do sexo masculino. Ainda segundo os resultados deste estudo preliminar, o serviço mais referido foi o dos cuidados de saúde primários (11,4%), sendo a frequência de utilização de uma consulta de medicina geral e familiar estável ao longo das épocas.

O recurso a urgência/serviço hospitalar foi referido em 6,2% das notificações, mas variou ao longo das épocas, sendo mais elevado na época 2012/2013, em que existiu cocirculação de vírus do tipo A(H1) e B (linhagem Yamagata). O recurso ao serviço SNS 24 foi referido por 3,7% dos casos notificados no período em estudo, um resultado que os autores do trabalho consideram surpreendente, “na medida em que seria expectável que quem participa num sistema de vigilância participativa online pudesse ter uma utilização mais frequente de uma ferramenta de aconselhamento e encaminhamento à distância”.

Atualmente, o Gripenet é o único sistema de monitorização de base populacional não dependente da procura de cuidados existente em Portugal para a vigilância da gripe. Este sistema de vigilância participativa, em que qualquer cidadão residente em Portugal pode voluntariamente participar, conta com mais de 2000 participantes ativos que respondem a questionários online entre novembro e maio, permitindo a monitorização da epidemia sazonal.

“Utilização dos cuidados de saúde na presença de síndrome gripal: descrição das épocas 2011/2012 a 2016/2017” foi publicado na edição de setembro-dezembro de 2018 do Boletim Epidemiológico Observações, publicação científica editada pelo Instituto Ricardo Jorge em acesso aberto. Para consultar o artigo de Irina Kislaya, Ausenda Machado, Verónica Gomez e Ricardo Mexia, clique aqui.