14/03/2019
O Primeiro-Ministro, António Costa, defendeu ontem, em Abrantes, que a atual reforma dos cuidados de saúde primários tem de ser a base do Serviço Nacional de Saúde (SNS) do futuro, sendo esta a melhor homenagem aos 40 anos do SNS.
«Ao longo desta manhã pude testemunhar três exemplos de como tem valido a pena acompanhar o esforço da recuperação económica do país, do aumento da capacidade orçamental na área da saúde», disse António Costa na cerimónia de inauguração da Unidade de Saúde Familiar (USF) Beira Tejo, em Rossio ao Sul do Tejo, no concelho de Abrantes, já depois de ter visitado a unidade hospitalar em Santarém, acompanhado da Ministra da Saúde, Marta Temido .
«É um esforço grande, que permitiu ao longo da legislatura, progressivamente, repor mais 1.300 milhões de euros de capacidade de financiamento do SNS», notou, tendo exemplificado com os concursos que estão a ser abertos para aquisição de novos equipamentos para o hospital de Santarém, como a nova ressonância magnética, obras que estão em curso, ainda naquela unidade hospitalar -um novo bloco operatório e uma nova sala para partos -, e obras já concluídas, como o serviço de medicina física e de reabilitação, em Santarém, e a instalação, em Abrantes, de um novo centro de saúde, a par do projeto de medicina hospitalar domiciliária, a ser desenvolvido pelo Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo.
Segundo António Costa, estes trabalhos são «exemplo de que é preciso dar continuidade a este esforço, nestes 40 anos do SNS, continuando a investir para melhorar o serviço» prestado, «um esforço que tem de ser articulado nas suas diferentes dimensões».
O Primeiro-Ministro deu conta de alguns resultados na área da saúde, e que incluem a contratação de mais pessoal, a entrada de 1.200 médicos de família desde 2016, no conjunto do país, e apontou a entrada de mais 9.000 profissionais desde o início do seu mandato, além da preocupação de «melhorar as condições de carreira e de trabalho».
Por outro lado, confrontado com o facto de a abertura da USF Beira Tejo ter permitido consolidar e «inverter uma taxa de 43% de utentes sem médico de família em Abrantes, em dezembro de 2013, contra os atuais 8%», segundo dados apresentados ontem, dia 13 de março, por Sofia Theriaga, Diretora Executiva do ACES Médio Tejo, resultado de uma «política articulada de investimento e reorganização de serviços» de saúde, António Costa deu conta dos resultados a nível nacional.
«A entrada destes novos 1.200 médicos, graças à formação ministrada e à abertura dos concursos necessários, traduz-se a nível nacional, nestes últimos três anos, numa redução de 14% para 7% do universo da população que ainda não tem medico de família», destacou, tendo feito notar que é «preciso continuar a trabalhar e a investir» para alcançar o objetivo de assegurar a todas e a todos os portugueses o seu médico de família».
Com capacidade para cinco mil utentes, a nova USF Beira Tejo representou um investimento de cerca de 300 mil euros por parte da Câmara de Abrantes, em colaboração com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, e resultou da requalificação de um antigo mercado diário, permitindo retirar o antigo centro de saúde que funcionava num primeiro andar de um edifício de habitação.
António Costa concluiu a sua intervenção referindo que o esforço que tem sido feito no saneamento das contas públicas permite que «cada vez menos recursos sejam alocados ao serviço da dívida, e que cada vez mais recursos possam ser alocados aquilo que é necessário alocar», tendo apontado à contratação de pessoal, à melhoria das condições de carreira e de trabalho das pessoas no SNS, à melhoria de equipamentos e instalações, e o «menor custo que os cidadãos pagam pelos serviços» de saúde.
«É desta forma virtuosa que nós podemos continuar a prosseguir uma trajetória de recuperação, consolidação, modernização e inovação no SNS, que é a melhor homenagem que podemos prestar aqueles que o fundaram há 40 anos, às gerações que construíram o SNS, e a esta nova geração que nos dá a confiança que vamos ter um SNS cada vez melhor por muitos e bons anos», concluiu.