30-05-2019
O Instituto Ricardo Jorge tem, desde 2010, um protocolo de colaboração com a Nova Medical School – Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, no sentido de realizar atividades de formação de apoio aos programas doutorais em medicina e em ciências da saúde. Coordenado pela investigadora Deborah Penque, responsável do Laboratório de Proteómica do DGH, o Módulo de Proteómica Clínica integra a Unidade Curricular – Metodologias de Investigação Laboratorial do referido programa doutoral, sob a direção de Luís Miguel Borrego.
Pretende-se com este módulo que os doutorandos adquiram uma série de conhecimentos relativos à aplicabilidade da proteómica na área da medicina, reconhecendo-a como uma área de investigação crucial para a compreensão de mecanismos de doença e/ou resposta terapêutica e, sobretudo, como um importante instrumento na descoberta de novos biomarcadores de diagnóstico e prognóstico de doenças e/ou como alvos no desenvolvimento de terapias inovadoras.
A finalidade última é melhorar a avaliação médica e o tratamento das doenças, através da investigação e aplicação de biomarcadores proteicos por estratégias tecnológicas inovadoras, específicas da área da proteómica clínica. O curso decorreu, entre os dias 11 e 25 de fevereiro, em Lisboa, nas instalações do Instituto Ricardo Jorge.
Um dos grandes objetivos da biomedicina moderna é identificar e tratar precocemente doenças, tais como o cancro. O progresso na identificação de alterações genéticas associadas as doenças, incluindo o cancro, tem sido grande, contudo, mais importante do que isso é medir e validar o efeito destas alterações em tempo real nos doentes, ou seja, encontrar os produtos destes genes, as proteínas, como biomarcadores precoces capazes de diagnosticar as doenças, mesmo na ausência de sintomas.
Anomalias na produção ou função das proteínas devido a alterações genéticas ou à exposição ambiental estão associadas a muitas doenças. Para compreender como tratar ou mitigar uma determinada doença e/ou controlar uma resposta ambiental é necessário identificar as proteínas associadas a estes processos e saber como funcionam. Conhecer estas proteínas pode levar também ao desenvolvimento de terapias pois são as proteínas, e não os genes, os principais alvos de drogas terapêuticas.