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Plataforma Saúde em Diálogo: encontro sobre doença crónica, dia 31

31/05/2019

A Ministra da Saúde, Marta Temido , presidiu esta sexta-feira, dia 31 de maio de 2019, à sessão de abertura da conferência anual da Plataforma Saúde em Diálogo. Em 2019, a iniciativa, a decorrer entre as 9 e as 18 horas no Auditório do Infarmed – Autoridade nacional do Medicamento e Produtos da Saúde, visa a reflexão sobre como se vive com doença crónica em Portugal, o que há de bom e o que ainda falta fazer.

Na sua intervenção, a Ministra da Saúde, lembrou que, atualmente, as doenças crónicas estão entre as principais causas de morte e de incapacidade no mundo. «Estão presentes nos países desenvolvidos e nos países em desenvolvimento e não distinguem grupos socioeconómicos. As doenças cardiovasculares são, hoje, a primeira causa de morte em todo o mundo» frisou.

De acordo com dados estatísticos, só entre 2007 e 2017, houve um aumento de 40% nas doenças crónicas no mundo inteiro, estimando-se que, em 2020, estas representem 73% de todas as mortes mundiais e 60% de todo o peso global de doença. Em 2040, 7 das 10 principais causas de morte em todo o mundo serão doenças crónicas, com as doenças do aparelho circulatório a liderarem o ranking.

Em Portugal, as doenças crónicas estão entre as dez principais de causas de morte e de morte prematura. Em 2017, as doenças do aparelho circulatório e os tumores malignos concentraram mais de metade de todas as mortes que ocorreram no país. Mais. As doenças crónicas são igualmente responsáveis por perda de anos de vida saudáveis, perda de qualidade de vida e ganhos de incapacidade. O último Inquérito Nacional de Saúde revelou que mais de 2 milhões de portugueses vivem com artrose ou com algum tipo de problema músculo-esquelético, que mais de 800 mil têm diabetes e que mais de um milhão sofre de depressão. Mais de metade dos portugueses vive com pelo menos uma doença crónica e 16% dos portugueses vivem com três ou mais doenças crónicas.

De acordo com a governante, em Portugal, «tem havido uma clara aposta na capilaridade dos cuidados de saúde primários que foram consignados como o nível privilegiado de relação entre a pessoa com doença crónica e o sistema de saúde, trabalhando para evitar internamentos desnecessários, mas, também, para apoiar a recuperação após episódios de agudização da doença crónica.  Para isso, muito contribuiu o aumento da cobertura da população portuguesa por médico de família e o investimento na rede de cuidados continuados integrados».

Aposta na literacia em saúde

Marta Temido realçou que «também as políticas públicas têm tido um importante papel visando, essencialmente, a redução dos principais fatores de risco das doenças crónicas. Falamos da lei do tabaco, revista em 2017 ou da criação do imposto sobre as bebidas açucaradas, também nesse ano. Mais recentemente, foi possível a assinatura de acordos de Auto reformulação de produtos alimentares com a Indústria alimentar, tendo em vista a diminuição do sal, açúcar e gorduras em alguns alimentos.»

Mas advertiu que «e também fundamental, na luta contra as doenças crónicas, garantir que todos os portugueses, ao longo da sua vida, têm o capital de conhecimento suficiente para realizar escolhas informadas e saudáveis, pelo que deve existir uma clara aposta na literacia em saúde em todas as idades, desde as crianças aos mais jovens.

«Estamos contudo cientes que as respostas do sistema de saúde e da sociedade portuguesa às pessoas que vivem com doença crónica não se esgotam na atual resposta do SNS, do sistema de saúde português e da sociedade portuguesa». Realçando que «acreditamos que é necessário pensar o futuro, em particular o do serviço nacional de saúde, abraçando o desafio de uma reengenharia de cuidados e da própria sociedade que dê resposta efetiva e integrada às pessoas que vivem com doença crónica, apoiando-as e aos seus familiares, potenciando a sua participação no processo de cuidados mas, também, na  definição das políticas e respostas do sistema, permitindo-lhes, deste modo, viver mais anos, com maior qualidade de vida, mais autonomia e maior capacidade de gerir a sua saúde.»

Além a Ministra da Saúde, a conferência «viver com doença crónica» contou com a participação da Presidente do Infarmed, Maria do Céu Machado.

A nova lei de bases da saúde também é tema de debate. O painel conta com a intervenção da Presidente a Comissão de Revisão da Lei de Bases da Saúde Maria de Belém Roseira,  e da Presidente da Plataforma Saúde em Diálogo, Maria do Rosário Zincke, uma das entidades chamadas a dar os seus contributos ao trabalho da Comissão de Revisão.

Para saber mais, consulte:

Infarmed > Programa

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