31/05/2019
O Convento do Carmo, em Torres Novas, acolhe esta sexta-feira, dia 31 de maio de 2019, o «I Encontro Nacional das Unidades de Hospitalização Domiciliária», cuja sessão oficial foi presidida pela Secretária de Estado da Saúde, Raquel Duarte.
À data atual, 16 hospitais já iniciaram o modelo de prestação de cuidados de saúde e seis vão iniciar durante o próximo mês de junho, o que nos permite dizer que o compromisso assumido estará com cerca de 90% de execução. Até final do corrente mês estes hospitais tratarão 1.045 doentes, em hospitalização domiciliária, o correspondente a um hospital de 110 camas, garantiu Raquel Duarte, na sessão de abertura do encontro.
«Como se pode ver, a hospitalização domiciliária já não é uma simples ideia, nem, tão pouco, uma experiência efémera. É uma realidade que se constrói todos os dias, que vai crescendo de forma sustentada, que dá novo impulso ao Serviço Nacional de Saúde, que alarga serviços de qualidade ao país», observou a governante na sua intervenção, acrescentando que a medida é «um desafio que confere mais dinamismo a toda a rede de cuidados e, só é possível, com quadros profissionais motivados e dedicados.»
«É um caminho que estamos a percorrer com determinação. Reforça os objetivos objetivos o Serviço Nacional de Saúde e, acima de tudo, serve o país», concluiu a Secretária de Estado da Saúde.
Este modelo, hospitalização domiciliária, já é usado em vários países e evita infeções hospitalares multirresistentes, reduz custos de internamento e reforça a humanização dos cuidados aos doentes, às famílias e aos profissionais, garantindo os afetos próprios do ambiente familiar e sempre em estreita relação com as unidades de saúde.
A sessão de abertura contou também com as intervenções de Delfim Rodrigues, Coordenador do Programa Nacional de Implementação das Unidades de Hospitalização Domiciliária nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
E do Presidente da Câmara Municipal de Torres Novas, Pedro Ferreira.
No encontro, promovido pelo Centro Hospitalar Médio Tejo, a decorrer entre as 9 horas e as 18h30, e que conta com sessões paralelas sobre equipamentos, transportes e telemonitorização, serão debatidos temas como:
- Equipa unidades hospitalização domiciliária
- Constituição e multidisciplinaridade
- Referenciação
- Instalações | Proposta de programa funcional
- Acessos vasculares e terapêutica endovenosa | Médicos, enfermeiros e farmacêuticos
- Hospitalização domiciliária e integração de cuidados
- Hospitalização domiciliária e os sistemas de informação clínica
O Hospital Garcia de Orta foi o primeiro em Portugal a ter uma unidade de hospitalização domiciliária. Um modelo usado em vários países e que traz vantagens, como evitar infeções hospitalares multirresistentes ou reduzir os custos de internamento.
Alternativa ao internamento convencional
No dia 3 de outubro de 2018, 25 hospitais do SNS assinaram um compromisso para iniciarem a hospitalização domiciliária, até ao final do primeiro semestre de 2019. Este compromisso implicou uma resposta na fase inicial, de 215 camas em casa dos doentes, contratualizadas nas cinco administrações regionais de saúde, o que possibilita tratar cerca de 7.290 utentes.
A hospitalização domiciliária, enquanto modelo de prestação de cuidados em casa, afigura-se como uma alternativa ao internamento convencional, proporcionando assistência contínua e coordenada aos cidadãos que, requerendo admissão hospitalar para internamento, cumpram um conjunto de critérios clínicos, sociais e geográficos que permitem a sua hospitalização no domicílio, sob a responsabilidade dos profissionais de saúde que constituam uma Unidade de Hospitalização Domiciliária, com a concordância do cidadão e da família.
Genericamente, a hospitalização domiciliária servirá como uma alternativa ao internamento convencional, mas com assistência contínua, que permite reduzir complicações e infeções hospitalares, além de permitir gerir melhor as camas disponíveis para o tratamento de doentes agudos no Serviço Nacional de Saúde (SNS).