24/06/2019
O Hospital Distrital de Santarém (HDS) e o Agrupamento de Centros de Saúde da Lezíria assinaram esta segunda-feira, dia 24 de junho, três protocolos no âmbito da assistência a doentes oncológicos, com hipocoagulação e com doença mental, este para alargar um acompanhamento já em curso.
A Presidente do conselho de administração do HDS, Ana Infante, salientou a importância da colaboração com os cuidados primários para «dar mais conforto e mais prestação de cuidados de proximidade aos utentes», evitando deslocações e proporcionando que «possam ser tratados com qualidade».
Falando no final da assinatura dos dois protocolos e da adenda ao já existente no âmbito da saúde mental, Ana Infante salientou que estes acordos «potenciam o que ambas as instituições têm de melhor», aproveitando o know how específico de cada uma e o facto da maior proximidade oferecida pelos centros de saúde «em prol da população».
No caso do protocolo que visa os doentes oncológicos, estes passarão a receber os cuidados técnicos de desinfeção e lavagem dos dispositivos implantados para infusão da quimioterapia nos centros de saúde, evitando a deslocação ao hospital, onde continuam a receber os tratamentos.
O Diretor Executivo do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Lezíria, Carlos Ferreira, afirmou que existem condições para este tratamento passar a ser feito pelos enfermeiros dos centros de saúde mensalmente a 100 dos cerca de 2.000 doentes oncológicos da área abrangida por este ACES.
Esta experiência-piloto, que envolveu formação do pessoal de enfermagem pelo HDS, será alargada, sobretudo aos concelhos mais distantes, depois de feita a avaliação desta primeira fase, adiantou.
Outro protocolo hoje assinado por Ana Infante e pelo presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Pisco, visa os doentes acompanhados na consulta de hipocoagulação no HDS, passando os centros de saúde a acompanhar os que estão controlados, não apresentando «valores extremos», evitando a deslocação ao hospital.
No caso da saúde mental, o protocolo agora alargado visa, por um lado, o acompanhamento pelos médicos de psiquiatria do HDS dos doentes referenciados pelos centros de saúde como sofrendo de patologia psiquiátrica, para consulta «em primeira linha» e avaliação no domicílio, disse Ana Infante.
Carlos Ferreira afirmou que as sete Unidades de Cuidados na Comunidade (UCC) existentes no ACES Lezíria vão passar a acompanhar estes doentes, alargando um serviço que até aqui era prestado apenas no concelho de Santarém para 6.000 utentes.
O diretor executivo do ACES Lezíria referiu que este protocolo surgiu da constatação de que 20% dos utentes que vão mais de cinco vezes por ano ao Serviço de Urgência do HDS foram diagnosticados como sofrendo de doença mental, com a agravante de que procuravam ao mesmo tempo o médico de família.
Foi então criada uma equipa do ACES e do Hospital na Urgência que diagnostica estes casos, que passam a ter acompanhamento de proximidade através das UCC, retirando-os do hospital.
Em breve serão assinados mais dois protocolos, um deles visando doentes com tuberculose pulmonar, que aguarda apenas a validação da ARS para que o medicamento necessário ao tratamento seja disponibilizado aos centros de saúde, adiantou.
O outro irá permitir que o tratamento de feridas complexas possa ser feito nos centros de saúde, aproveitando a existência de dois enfermeiros com formação especializada no ACES e de outro no HDS, que irão dar formação a outros profissionais, e o conhecimento das especialidades hospitalares vascular e de cirurgia geral.
Ana Infante realçou a «relevância» da colaboração com os cuidados primários e de uma visão «holística» que evite a duplicação de medicação e de exames por doentes que recorrem às duas instituições, com riscos para a sua saúde e consumo desnecessário de recursos.
Carlos Ferreira salientou o facto de o ACES ter atualmente satisfeitas a 100% as necessidades de pessoal de enfermagem, com 194 enfermeiros, estando assegurada a especialização em todas as áreas que têm sido protocoladas com o HDS.
Fonte: Lusa