08/07/2019
Portugal alcançou os três objetivos da Organização das Nações Unidas (ONU) ao diagnosticar 92,2% das pessoas que vivem com infeção por VIH, estando 90,2 das pessoas diagnosticadas em tratamento antirretroviral e 93% das pessoas em tratamento com carga viral indetetável. Para 2030, o objetivo é chegar aos 95%.
A Ministra da Saúde, Marta Temido , afirmou que «melhorar a identificação precoce da infeção de indivíduos de grupos não considerados de risco» relativa ao VIH/sida deve ser um dos objetivos de Portugal a médio prazo.
Em Lisboa, no dia em que foi anunciado que Portugal alcançou as três metas da ONU relativas ao VIH/sida para 2020, a Ministra referiu ainda a intenção de «melhorar o acesso à Profilaxia Pré-Exposição da Infeção» e de «melhorar a retenção em tratamento e recuperar indivíduos que abandonaram a terapêutica».
Na sua intervenção, Marta Temido , enalteceu o trabalho de todos os profissionais que ajudaram a chegar a estas metas.
«Médicos, farmacêuticos, técnicos, investigadores, doentes e ativistas. Serviços de saúde, escolas, organizações não governamentais, farmácias comunitárias, partidos políticos e câmaras municipais. Setores da saúde, da educação, da solidariedade e segurança social, sociedade civil. A todos uma palavra de reconhecimento pelo esforço desenvolvido, agradecendo em especial ao Professor Henrique de Barros, Dr. António Diniz, Professor Kamal Mansinho e Dr.ª Isabel Aldir, rostos do desenho e da implementação do programa nacional. Podemos dizer com orgulho que pertencemos, por direito próprio, a um grupo restrito de países no que respeita à prevenção e ao controlo do VIH e isso deve-se, em muito, ao vosso trabalho. Ainda um agradecimento especial à determinação das organizações de doentes. O vosso papel é exemplar e sem vós não estaríamos aqui hoje», sublinhou.
Na sessão de apresentação dos resultados que também contou com a presença da Secretária de Estado da Saúde, Raquel Duarte, Marta Temido acrescentou que Portugal precisa de «continuar a melhorar o acesso atempado ao rastreio, ao tratamento e a apoios sociais, para que ninguém fique para trás, garantindo a cobertura universal de saúde».
«Aumentar a literacia da população»
A Secretária de Estado da Saúde, Raquel Duarte, afirmou que «aumentar a literacia da população» relativa ao VIH/sida deve ser um dos principais objetivos de Portugal a curto prazo.
«O futuro vai exigir que trabalhemos muito mais. Temos de aumentar a literacia da população, reduzir comportamentos de risco em toda a população, temos de alargar os rastreios e chegar à população que não se considera em risco, temos de garantir uma adesão ao tratamento até ao final», declarou.
Raquel Duarte alertou também para a necessidade de começar a diagnosticar as infeções por VIH mais precocemente. A demora média na população em geral é de 3,4 anos, mas no caso dos homens heterossexuais sobe para mais de cinco anos.
«Temos de trabalhar nas populações que percebem o risco, mas também na população que não o reconhece», concluiu.
DGS apresentou resultados da resposta à infeção pelo VIH
A Direção-Geral da Saúde(DGS) anunciou, no dia 5 de Julho, no Palácio Foz em Lisboa, que Portugal tinha atingido, e até ultrapassado, as três metas (90|90|90) definidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) quanto ao controlo da infeção VIHSIDA: diagnosticar 92,2% das pessoas que vivem com infeção por VIH, estando 90,2 das pessoas diagnosticadas em tratamento antirretroviral e 93% das pessoas em tratamento com carga viral indetetável. Para 2030, o objetivo é chegar aos 95%.
Os resultados alcançados por Portugal deveram-se a várias políticas de saúde, existindo uma decisão “absolutamente fundamental” tomada em 2015, quando se incluíram todas as pessoas infetadas e assintomáticas em tratamento, independentemente dos valores do parâmetro laboratorial que mostram como o sistema imunitário está afetado.
A sessão que contou com a presença Secretária de Estado da Saúde, Prof.ª Raquel Duarte e da Diretora-Geral da Saúde, Dr.ª Graça Freitas na Sessão de abertura e com a presença da Ministra da Saúde, Dr.ª Marta Temido na sessão de encerramento, foi palco de debate multidisciplinar com convidados de várias áreas desde a Educação, aos parceiros da DGS e à Sociedade Civil.