CHU Porto CMIN realiza cirurgia inovadora para malformações vaginais

17/07/2019

O Centro Materno-Infantil do Norte (CMIN), uma unidade do Centro Hospitalar do Porto (CH Porto), realizou uma cirurgia «inovadora» e minimamente invasiva no tratamento de malformações uterinas e vaginais que, através da criação de uma «neovagina», permite que as jovens mulheres possam ter uma vida sexual futura.

Esta nova intervenção cirúrgica pretende oferecer a «melhor resposta» e «tratar da melhor forma possível» um quadro clínico que afeta a qualidade de vida e autoestima de uma em cada 4.500 jovens mulheres que sofrem de síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser.

Esta malformação congénita do aparelho reprodutor é caracterizada pela ausência da vagina ou encurtamento do canal vaginal e surge, normalmente, associada à ausência de menstruação, ausência de útero e dores pélvicas, por vezes, apenas detetadas em exames ginecológicos.

De acordo com Hélder Ferreira, coordenador da unidade de cirurgia minimamente invasiva do CMIN, «Na maior parte dos casos, o diagnóstico é feito numa fase um pouco mais tardia da vida da mulher».

Segundo o cirurgião, esta nova técnica cirúrgica, que dura cerca de uma hora em operatório, recorre a uma abordagem minimamente invasiva, intitulada de mini laparoscópica, para a criação de uma «neovagina» que permitirá que estas jovens passem a ter vida sexual.

«Tão importante quanto o procedimento cirúrgico em si, é depois o seguimento destas doentes, por isso é que está recomendado que sejam tratadas a partir dos 18 e 19 anos, quando têm uma maturidade não só física, mas também psicossexual», explicou.

O CMIN desenvolveu por isso uma equipa multidisciplinar para apoiar as doentes num programa de pós-operatório, onde estas são novamente submetidas a pequenas intervenções não invasivas e de orientação do início da sua vida sexual.

Hélder Ferreira avançou que o CMIN se tem esforçado, em colaboração com outros centros de referência internacionais, a desenvolver um centro cirúrgico diferenciado no tratamento destas malformações uterinas.

Fonte: Lusa

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