26/07/2019
Todos os dias, os utentes do serviço de internamento de Pediatria do Hospital de Santo André, inserido no Centro Hospital de Leiria (CH Leiria), recebem a visita de voluntários da Associação Nuvem Vitória, que contam histórias para adormecer.
Desde o final do mês de junho, que crianças e adolescentes internados naquela unidade do Centro Hospitalar de Leiria são visitados por «nuvens», que entram nos quartos às 20h30 em ponto, de camisola azul-bebé vestida e sacola ao ombro, onde transportam os livros escolhidos previamente, de acordo com a idade dos utentes.
«Este projeto tem a particularidade de contribuir para a boa higiene do sono, um dos problemas que se tem vindo a agravar. Cada vez mais as crianças se deitam mais tarde, os pais ficam a dormir com elas ou levam-nas para a sua cama, o que cria uma péssima higiene do sono», alertou o diretor da Pediatria, Bilhota Xavier.
As voluntárias escalonadas para o dia são informadas do número de crianças, idades e informações relevantes, como não terem pais ou terem sofrido algum trauma específico.
«Desta forma, sabem que há assuntos que não devem abordar e terão isso em atenção na escolha da história que irão contar», explicou a educadora residente da Pediatria, Ana Paula Correia.
Segundo Bilhota Xavier, as histórias contadas «desenvolvem o espírito de sonhar, de criar alguma criatividade e a favorecer o adormecimento das crianças que estão fora do seu ambiente de conforto».
Sem dados concretos sobre a mais-valia de iniciativas como esta que existe na Pediatria de Leiria, entre outras ligadas à música, magia, teatro ou prevenção de acidentes, Bilhota Xavier acredita que a imagem que as crianças levam do hospital é mais positiva.
«Há crianças que não querem ter alta e outras quando regressam para uma consulta de rotina pedem para visitar a enfermaria. Procuramos criar um ambiente acolhedor, dentro do possível», reforçou o pediatra.
Tratando-se de crianças e de um local onde a saúde é débil, as regras a cumprir são muitas. Além de ser pedido o registo criminal, todos os voluntários realizaram uma formação intensa. «Sabem que não podem perguntar aos adolescentes ou aos pais qual a doença, não podem revelar com que criança estiveram, devem lavar as mãos antes e depois da visita e não podem tocar em nenhuma criança», exemplificou Bilhota Xavier.
O projeto da Associação Nuvem Vitória iniciou-se em 2016, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e tem vindo a estender-se a vários hospitais do país.
Fonte: Lusa
Para saber mais, consulte:
Associação Nuvem Vitória – https://nuvemvitoria.pt/