Dia Mundial das Hepatites 2019: apresentação do relatório anual, dia 29

26/07/2019

A Secretária de Estado da Saúde, Raquel Duarte, preside à sessão de encerramento da cerimónia de apresentação do Relatório anual do Programa Nacional para as Hepatites Virais, dia 29 julho, na Sede da Policia Judiciária, em Lisboa.

Sob o tema «Portugal Rumo à eliminação da Hepatite C», a iniciativa, que decorre no âmbito do Dia Mundial contra as Hepatites, assinalado anualmente em 28 de julho, é promovida pela Direção-Geral da Saúde.

A celebração da efeméride,  Dia Mundial contra as Hepatites, tem como objetivo clarificar aspetos referentes à infeção, sublinhar a sua prevalência a nível mundial, sensibilizar para a necessidade de investir na prevenção e informar os doentes, os seus familiares e a população em geral.

Investir na eliminação da hepatite

Na 69.ª Assembleia Mundial da Saúde, que decorreu entre os dias 23 e 28 de maio de 2016, em Genebra, 194 Governos adotaram a Estratégia Global da Hepatite Viral da Organização Mundial da Saúde (OMS), que tem por objetivo eliminar as hepatites B e C nos próximos 13 anos. Foi lançado o NOhep, o primeiro movimento global para eliminar a hepatite viral até 2030.

As comemorações para este ano, 2019, decorrem sobre o tema investir na eliminação da hepatite (Invest in eliminating hepatitis), um lembrete «oportuno que esta doença pode ser eliminada até 2030 com a afetação de recursos adequados e vontade política», segundo a OMS.

Sobre a hepatite

A hepatite é uma inflamação do fígado. Esta inflamação pode desaparecer espontaneamente ou progredir para fibrose (cicatrizes), cirrose ou cancro do fígado. Os vírus da hepatite são a causa mais comum de hepatite no mundo. Pode, também, ser causada por substâncias tóxicas (por exemplo, álcool, certos medicamentos) e doenças autoimunes.

A hepatite viral consiste num grupo de doenças infeciosas que compreende as hepatites A, B, C, D e E.

A hepatite representa um elevado risco para a saúde global, uma vez que existem cerca de 240 milhões de pessoas com infeções crónicas por hepatite B e cerca de 130-150 milhões de pessoas infetadas pelo vírus da hepatite C.

As hepatites A e E são geralmente causadas por ingestão de alimentos ou de água contaminados, enquanto as hepatites B, C e D derivam do contacto com fluidos corporais infetados. A transmissão mais comum destes últimos tipos é através de transfusão de sangue, produtos sanguíneos contaminados e procedimentos médicos invasivos em que se utilizaram equipamentos contaminados. A transmissão da hepatite B pode ocorrer também através do contacto sexual.

Embora muitas vezes assintomática ou acompanhada de poucos sintomas, a infeção pode manifestar-se através de icterícia, urina escura, cansaço intenso, náuseas, vómitos e dor abdominal. O vírus da hepatite pode causar infeções agudas e crónicas, como, por exemplo, a inflamação do fígado, que pode levar o paciente a desenvolver cirrose e cancro hepático.

Trata-se, geralmente, de uma doença com cura, pelo que se apela ao diagnóstico precoce e consequente tratamento.

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OMS pede mais investimento na erradicação das hepatites

A Organização Mundial de Saúde (OMS) apelou hoje aos países para que aproveitem as recentes reduções nos custos de diagnóstico e tratamento da hepatite para aumentarem os investimentos na eliminação da doença.

A propósito do Dia Mundial das Hepatites, que se assinala no domingo, dia 28 de julho, a OMS fez um estudo, que é publicado agora na revista científica Lancet Global Health, segundo o qual investir seis mil milhões de dólares por ano (5,4 mil milhões de euros) na eliminação das hepatites em 67 países de desenvolvimento médio e baixo evitaria 4,5 milhões de mortes prematuras até 2030 e mais de 26 milhões de mortes depois dessa data.

De acordo com o estudo, são necessários 58,7 mil milhões de dólares (52,6 mil milhões de euros) para eliminar a hepatite viral como ameaça à saúde pública nesses 67 países até 2030, o que significa reduzir as novas infeções por hepatite em 90% e as mortes em 65%.

«Hoje, 80% das pessoas que vivem com hepatite não têm acesso a serviços que necessitam para prevenir, fazer testes e tratar a doença», disse o Diretor-Geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, citado num comunicado da organização.

Ao investir em testes de diagnóstico e medicamentos para tratar agora a hepatite B e C, os países podem salvar vidas e reduzir os custos de tratamento prolongado da cirrose e do cancro do fígado, que resultam de hepatites não tratadas.

Diz ainda a OMS que há governos que já estão a caminhar nesse sentido, como a Índia, que anunciou testes e tratamento gratuito das hepatites B e C como parte do plano universal de cobertura de saúde, uma medida facilitada pela redução dos preços dos medicamentos. O Paquistão também está a tomar medidas idênticas.

Ainda assim, de acordo com a organização das Nações Unidas, para a grande maioria dos 325 milhões de pessoas que vivem com hepatite B e/ou C o acesso a testes de diagnóstico e a tratamento está fora de alcance.

A OMS estima que existem 257 milhões de pessoas infetadas com hepatite B, dos quais 27 milhões (10,5%) sabiam do seu estado em 2016 e desses apenas 4,5 milhões (17%) receberam tratamento nesse ano. Mais de um milhão de pessoas desenvolveu, nesse ano, uma infeção crónica por hepatite B, uma das principais causas do cancro do fígado.

Em relação aos estimados 71 milhões com hepatite C a OMS calcula que 13,1 milhões (19%) sabiam da sua doença em 2017, mas que desses apenas dois milhões (15%) receberam tratamento. Também nesse ano 1,75 milhões de pessoas desenvolveram uma infeção crónica por hepatite C.

No Dia Mundial das Hepatites a OMS pede aos países para investirem na eliminação da doença e esse pedido foi bem recebido pelos estados-membros da OMS, com 124 dos 194 países a desenvolverem planos de luta, ainda que 40% deles sem orçamentos dedicados.

Portugal: Mais de 13 mil doentes curados

De acordo com dados do Portal da Hepatite C, gerido pelo Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, até ao dia 25 de julho de 2019, mais de 23 mil doentes com hepatite C iniciaram tratamento nos últimos quatro anos, havendo o registo de 13.895 doentes curados.

Recorda-se que o programa para o tratamento da hepatite C foi anunciado a 6 de fevereiro de 2015, após meses de negociações entre o Infarmed e a indústria farmacêutica.

Existem cinco tipos de infeções por hepatites – A, B, C, D, e E – mas mais de 95% das mortes são causadas por infeções crónicas por hepatite B e C, enquanto as hepatites A e E raramente são fatais. A hepatite D é uma infeção adicional de pessoas com hepatite B.

A hepatite é uma inflamação do fígado, que pode desaparecer espontaneamente ou progredir para fibrose (cicatrizes), cirrose ou cancro do fígado. Os vírus da hepatite são a causa mais comum de hepatite no mundo, mas a doença pode também ser causada por substâncias como álcool ou certos medicamentos, e por doenças autoimunes.

Fonte: Lusa

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