Coimbra: Unidade de Queimados do CHUC teve 4.576 doentes internados em 30 anos

29/07/2019

A Unidade de Queimados do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), que está a comemorar 30 anos, já teve 4.576 doentes internados, um quarto dos quais de fora da região Centro, revelou o seu diretor, Mário dos Santos.

Este ano, «foram já admitidos 70 doentes, com uma média etária de 65,7 anos» e que «sofreram principalmente queimaduras por fogo ou líquidos ferventes, na maioria das vezes devido a acidentes domésticos», explicou Mário dos Santos, acrescentando que se registaram «três fatalidades, correspondendo a uma média anual de 4,2%».

Ao fazer um balanço destes 30 anos, o responsável sublinhou que «o empenho e a experiência acumulados por toda a vasta equipa multiprofissional da Unidade de Queimados permitiram a redução progressiva e sustentada da mortalidade dos doentes internados», que está atualmente entre os 5 e os 6% (dentro da média europeia).

Em Portugal registam-se, em média, cerca de 30.000 casos de queimaduras por ano, sendo que apenas cerca de 1.400 casos justificam o internamento em instituições hospitalares. Em metades destes casos «a gravidade ou extensão das lesões exigem o encaminhamento para uma Unidade de Queimados», acrescentou.

A Unidade de Queimados do CHUC foi inaugurada em julho de 1989 e tem internado anualmente entre 150 e 200 doentes adultos, dispondo de dez quartos independentes, com instalações sanitárias próprias, cinco dos quais preparados para a prestação de cuidados intensivos. Fazem também parte da unidade um bloco operatório próprio, uma sala de balneoterapia e várias salas de apoio.

O seu corpo clínico integra alguns dos médicos do serviço de Cirurgia Plástica, uma equipa de enfermagem de 28 elementos especializados no tratamento de queimaduras, nove assistentes operacionais e um secretário clínico, que contam com o apoio de uma equipa multidisciplinar.

«Além do trabalho assistencial, a Unidade de Queimados do CHUC tem tido uma assinalável atividade de investigação e produção científica», sublinhou Mário dos Santos.

Esta traduziu-se «na realização de teses de mestrado e de doutoramento, na publicação de dezenas de artigos em revistas científicas nacionais e estrangeiras, na organização de congressos científicos nacionais e internacionais e na participação em ensaios clínicos nacionais e internacionais», acrescentou.

O responsável lembrou que, em 1995, por iniciativa de profissionais desta unidade, foi criada a Associação Amigos dos Queimados, «que visa a prevenção das queimaduras, o apoio aos doentes queimados durante o seu internamento e na reinserção socioprofissional e a promoção da investigação científica sobre o tratamento desta patologia».

Fonte: Lusa