29/07/2019
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou na sexta-feira, dia 26 de julho, um relatório sobre a «epidemia mundial do tabaco», que realça progressos na luta contra o consumo.
O relatório, apresentado no Brasil, refere que muitos governos têm alcançado «progressos muito significativos» na luta contra o tabaco, com cinco mil milhões de pessoas a viverem atualmente em países, como Portugal, que introduziram medidas de controlo, o que representa quatro vezes mais pessoas do que há uma década.
Contudo, o documento alerta que muitos países ainda não estão a aplicar adequadamente políticas para salvar vidas, incluindo a ajuda às pessoas que querem deixar de fumar.
Este sétimo relatório da OMS sobre a epidemia mundial do tabaco analisa os esforços dos países para aplicarem as medidas mais eficazes da Convenção-Quadro para o Controlo do Tabaco, que «comprovadamente reduzem o consumo», medidas que «salvam vidas e reduzem custos» na área da saúde.
Entre essas medidas estão a monitorização do uso do tabaco e políticas de prevenção, proteger a população contra o fumo dos cigarros, disponibilizar ações para deixar o consumo, advertir para os perigos do tabaco, fazer cumprir as proibições sobre publicidade, promoção e patrocínio e aumentar os impostos sobre este produto.
O relatório adverte que os serviços médicos de apoio para deixar o consumo devem ser reforçados na maioria dos países, tendo Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, sublinhado que «os governos devem criar serviços para cessação do tabagismo como parte dos esforços para garantir a cobertura universal aos seus cidadãos».
«Abandonar o tabaco é uma das melhores coisas que qualquer pessoa pode fazer pela sua própria saúde», disse, acrescentando que o programa «MPOWER», da OMS, «fornece aos governos as ferramentas práticas para ajudar as pessoas a abandonarem o hábito e viverem vidas mais longas e saudáveis».
Porém, segundo o documento, apenas 23 países oferecem esses serviços de cessação no nível das melhores práticas, fazendo da medida MPOWER a mais sub-implementada em termos de número de países que oferecem cobertura total.
Entre os serviços disponibilizados por aqueles países, destacam-se linhas de apoio telefónico nacionais, serviços de «cessação móvel» para atingir um maior número de pessoas através de telemóveis, aconselhamento por prestadores de serviços de atenção primária e terapias gratuitas de substituição da nicotina.
O relatório revela que, embora apenas 23 países tenham implementado políticas de apoio à cessação do tabagismo ao mais alto nível, existem outros 116 que oferecem serviços total ou parcialmente subsidiados em algumas ou na maioria das unidades de saúde e mais 32 que oferecem serviços mas não cobrem os custos, «demonstrando um elevado nível de procura de ajuda para parar de fumar por parte da população».
O documento aponta que o consumo de tabaco diminuiu na maioria dos países, «mas o crescimento demográfico demonstra que o consumo continua elevado», estimando-se que atualmente existam 1,1 mil milhões de fumadores, com cerca de 80% deles a viverem em países de baixo ou médio rendimento.
Em comparação com os dados do anterior relatório, publicado em 2017, este mostra que o nível económico «não é um obstáculo à luta contra o tabagismo ao nível das melhores práticas».
Fonte: Lusa
Para saber mais, consulte:
Organização Mundial da Saúde > Relatório (em inglês)