06-08-2019
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, através da Unidade de Ar e Saúde Ocupacional do seu Departamento de Saúde Ambiental, efetuou um estudo com o objetivo de caracterizar a exposição profissional a formaldeído em laboratórios de anatomia patológica, tendo por base amostras recolhidas entre 1998 e 2017 nas áreas de Alentejo e Lisboa e Vale do Tejo. O trabalho pretendeu ainda identificar tendências e locais de trabalhos ou tarefas com exposição mais críticas.
De acordo com os resultados obtidos, as concentrações de formaldeído no ar ao longos dos anos indicam que existe o risco de exposição a formaldeído no local de trabalho, sugerindo que apesar do conhecimento sobre os efeitos na saúde dos trabalhadores expostos à substância e as medidas técnicas preventivas disponíveis, as condições de manipulação não são adequadas para controlar a contaminação do ar.
Os fatores que contribuem para estes resultados estão relacionados com a organização do laboratório, a conceção dos locais de trabalho, as salas de trabalho com vários tarefas a decorrer em simultâneo, o circuito das amostras antes e após processamento, a deficiente segregação de resíduos e a má conceção dos sistemas de exaustão localizada.
O formaldeído é um agente cancerígeno e sensibilizante da pele e sistema respiratório superior. Há cada vez mais evidências científicas sobre os efeitos na saúde, facto que tem conduzido a uma revisão dos valores limite de exposição recomendados. Em 2017 a ACGIH (American Conference of Governmental Industrial Hygienists) atualizou estes valores, introduzindo um valor limite 0,1 ppm para exposições de 8 horas, acompanhado de um valor limite de 0,3 ppm para exposições de curta duração (até 15 minutos).
“Exposição profissional a formaldeído em laboratórios de anatomia patológica” foi publicado no Boletim Epidemiológico Observações, publicação científica periódica editada pelo Instituto Ricardo Jorge em acesso aberto. Para consultar o artigo de Ana Filipa Pires, Aida Pais, Tiago Faria, Susana Silva, Hermínia Pinhal e Ana Nogueira, clique aqui.
Exposição a químicos ambientais: INSA realiza estudo para avaliar exposição da população portuguesa
06/08/2019
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), através do seu Departamento de Epidemiologia, está a desenvolver um estudo para avaliar a exposição a químicos ambientais da população jovem adulta residente em Portugal.
Os dados obtidos com este trabalho serão importantes para decisores das áreas da saúde e do ambiente planear, desenhar e avaliar medidas destinadas a minimizar a exposição a produtos químicos considerados perigosos.
Denominado de «INSEF-ExpoQuim», o estudo visa caracterizar a exposição ambiental atual da população jovem adulta portuguesa (20-39 anos) a produtos químicos considerados prioritários, utilizando procedimentos que permitam a comparação com dados de outros países europeus e a utilização destes dados para produzir informação agregada a nível europeu.
Pretende-se, igualmente, contribuir para reduzir o impacto na saúde da população residente em Portugal resultante da exposição a químicos ambientais, através da produção de dados de alta qualidade sobre a exposição da população portuguesa, de forma a apoiar o desenvolvimento e implementação de medidas políticas destinadas a minimizar a exposição a produtos químicos perigosos.
Esta investigação encontra-se a ser desenvolvido no âmbito da Iniciativa Europeia de Biomonitorização Humana (HBM4EU), sendo um dos vários estudos que estão atualmente a ser desenvolvidos em vários países da União Europeia para avaliação da exposição em toda a Europa.
O HBM4EU é um consórcio europeu que tem por objetivo utilizar a biomonitorização humana para avaliar a exposição humana a substâncias químicas, com vista a uma melhor compreensão dos seus efeitos na saúde bem como a melhoria da avaliação e gestão de risco das substâncias químicas.
A participação dos indivíduos convidados a colaborar neste trabalho de investigação consiste na disponibilização de uma amostra de urina onde serão medidos os químicos e em responder, por telefone, a algumas perguntas sobre a sua própria saúde. No total, serão abrangidos por este estudo cerca de 450 indivíduos, entre os 28 e os 39 anos, residentes em todo o território nacional, encontrando-se a recolha de dados a decorrer a nível nacional.
Os participantes no INSEF-ExpoQuim poderão ter acesso aos seus resultados e a sua participação não terá qualquer custo. O estudo é desenvolvido pelo INSA, através do seu Departamento de Epidemiologia, em colaboração com as Administrações Regionais de Saúde e com as Secretarias Regionais da Saúde das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, sendo cofinanciado no âmbito da HBM4EU, financiado ao abrigo do programa europeu Horizonte 2020.
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