Para: Profissionais de saúde (cirurgia vascular)
Tipo de alerta: dm
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09 ago 2019
Um artigo científico publicado1 identificou um sinal de segurança relativamente ao uso de balões e stents revestidos com paclitaxel utilizados na artéria femoro-poplítea. Os autores concluíram que parece haver um risco significativamente aumentado de morte, além do primeiro ano de implantação nos doentes tratados com balões e stents revestidos com paclitaxel. As causas deste efeito adverso permanecem desconhecidas, pelo que é necessário continuar a investigação, bem como o seguimento dos doentes implantados a longo prazo. Por outro lado, diversos autores2 contestam alguns dos aspetos metodológicos desta meta-análise pelo que estes resultados devem ser interpretados com cautela.
No entanto, recentemente a Food and Drug Administration (FDA) publicou informação3 sobre a sua meta-análise, relativa aos dados de acompanhamento a longo prazo dos ensaios clínicos controlados pré-mercado, e a qual também concluiu a presença do sinal de mortalidade tardia associada ao uso de balões e stents revestidos com paclitaxel usados na artéria femoro-poplítea. Contudo, também neste caso a FDA salienta que a interpretação dos resultados deve ser feita com cuidado devido a limitações metodológicas associadas a esses estudos.
Perante o acima exposto, enquanto a avaliação europeia e internacional continua, e como medida de precaução, o Infarmed recomenda aos profissionais de saúde o seguinte:
- Devem utilizar preferencialmente outras alternativas terapêuticas em vez dos balões e stents revestidos com paclitaxel no tratamento da doença arterial periférica; Contudo, para doentes com um risco particularmente elevado de reestenose, pode ser considerado que os benefícios do uso de balões e stentsrevestidos com paclitaxel são superiores aos riscos;
- Devem esclarecer os doentes relativamente aos benefícios e riscos das opções de tratamento disponíveis para a doença arterial periférica;
- Os doentes tratados com balões e stents revestidos com paclitaxel devem ser monitorizados continuadamente.
Também outras Autoridades Competentes Europeias4 e a FDA3 emitiram recomendações semelhantes, existindo assim um consenso generalizado relativamente à utilização preferencialmente de outras alternativas terapêuticas, devendo salvaguardar-se a obtenção do consentimento livre e esclarecido do doente e a monitorização específica e continuada destes doentes.
A FDA realizou uma reunião pública sobre este assunto nos dias 19 e 20 de junho, estando disponível a informação sobre este evento.
O Infarmed continuará a acompanhar esta questão de segurança, juntamente com as outras Autoridades Competentes, podendo vir a rever as presentes ou a emitir novas recomendações.
Quaisquer incidentes ou outros problemas relacionados com estes dispositivos médicos devem ser notificados à Unidade de Vigilância de Produtos de Saúde do Infarmed através dos contactos: tel.: +351 21 798 71 45; fax: +351 21 111 7559; e-mail: dvps@infarmed.pt.
O Conselho Diretivo