Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) e a Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO) assinaram um Protocolo de Colaboração para a criação do novo serviço de triagem para doentes oncológicos, em tratamento de quimioterapia/imunoterapia, no Centro de Contacto do Serviço Nacional de Saúde – SNS 24.
A cerimónia oficial de assinatura decorreu ontem, dia 28 de agosto, em Lisboa, e contou com a presença do Secretário de Estado e Adjunto da Saúde, Francisco Ramos. «Os desafios na área da oncologia são enormes nos próximos anos. Devemos fazer coisas que têm impacto no quotidiano», defendeu o dirigente na sua intervenção. «Esta parceria com uma sociedade científica é relevante e é uma fórmula a repetir tantas vezes quantas formos capazes», salientou.
Este serviço especializado, disponível 24 horas por dia, terá como finalidade triar, aconselhar e, se necessário, encaminhar os utentes oncológicos em tratamento para os serviços de saúde mais adequados, consoante os seus sintomas e grau de toxicidade.
Integrado no Serviço de Triagem, Aconselhamento e Encaminhamento, já existente no Centro de Contacto do SNS – SNS 24, este novo serviço terá algoritmos específicos para os doentes oncológicos em tratamento de quimioterapia e imunoterapia. De acordo com as diferentes situações clínicas, os utentes poderão ser aconselhados a dirigirem-se ao serviço de urgência, a aguardarem o contacto pelo serviço de oncologia do hospital assistente, a permanecerem em autocuidados ou a chamada poderá ser transferida para o Instituto Nacional de Emergência Médica.
A rede de atuação do serviço será constituída pelo SNS 24, hospitais (serviços de oncologia) e institutos portugueses de oncologia que vierem a aderir ao projeto.
Os principais objetivos desta iniciativa centram-se na diminuição da utilização inadequada dos serviços de urgência, no encaminhamento dos doentes oncológicos em tratamento, de acordo com os seus sintomas e grau de toxicidade, para o nível de cuidados mais adequado e na promoção da utilização do SNS 24 como front office do SNS em situação aguda, antes do acesso a qualquer serviço de saúde presencial.
A criação desta parceria interinstitucional surge, assim, na sequência de a maior parte dos hospitais não dispor da especialidade de oncologia em permanência no serviço de urgência, pelo que, fora do horário de funcionamento desta especialidade, os doentes são avaliados por outras especialidades médicas.
Com duração de dois anos, o protocolo entra em vigor em outubro deste ano, sendo automaticamente renovado por sucessivos períodos de um ano.