07/10/2019
O prémio Nobel da Medicina foi atribuído hoje a três cientistas pelas suas descobertas relativas à forma como as células se adaptam às diferenças de oxigénio.
O galardão foi atribuído aos cientistas norte-americanos William Kaelin e Gregg Semenza e ao britânico Peter Ratcliffe, O galardão foi atribuído aos cientistas norte-americanos William Kaelin e Gregg Semenza e ao britânico Peter Ratcliffe, que dividirão igualmente o prémio de nove milhões de coroas suecas (832.523 euros).
O Comité do Nobel explicou ainda que os três cientistas conseguiram com os seus trabalhos «identificar a maquinaria molecular que regula a atividade dos genes na resposta às variações de oxigénio».
«A importância fundamental do oxigénio é conhecida há séculos, mas o processo de adaptação das células às variações dos níveis de oxigénio era um mistério», acrescentou.
O trabalho destes investigadores, estabeleceu a base para entender como os níveis de oxigénio afetam o metabolismo celular e a função fisiológica, o que «abre caminho para o desenvolvimento de novas estratégias para combater a anemia, o cancro e muitas outras doenças», prossegue a explicação da do Instituto Karolinska.
William Kaelin, nascido em 1957, em Nova Iorque, é especialista em medicina interna e oncologia. O seu compatriota Gregg Semenza, igualmente nascido em Nova Iorque, em 1955, é pediatra e o britânico Peter Ratcliffe nasceu em Lacashirem, em 1954, e é perito em nefrologia.
Este é o primeiro dos Nobel a ser anunciado este ano, ao qual se segue, na terça-feira, o da Física e, na quarta-feira, o da Química. Na quinta-feira, dia 10, serão atribuídos os Nobel da Literatura de 2018 e 2019 e na sexta-feira será conhecido o nome do novo Nobel da Paz. O último anúncio será feito no dia 14 de outubro e determinará o vencedor do Nobel da Economia.
Este ano, serão atribuídos dois Nobel da Literatura (relativos a 2018 e 2019), depois de, no ano passado, ter sido suspenso devido a um escândalo de abusos sexuais e crimes financeiros que afetou a Academia de Estocolmo.
Prémios Nobel
Os prémios Nobel nasceram da vontade do cientista e industrial sueco Alfred Nobel (1833-1896) em legar grande parte de sua fortuna a pessoas que trabalhem por «um mundo melhor». O prestígio internacional dos prémios Nobel deve-se, em grande parte, às quantias atribuídas, que atualmente chegam aos nove milhões de coroas suecas (mais de 830 mil euros).
Alfred Nobel determinou a sua vontade num testamento feito em Paris, em 1895, um ano antes de sua morte. Segundo os termos do testamento, cerca de 31,5 milhões de coroas suecas, o equivalente a 2,2 mil milhões de coroas na atualidade (203 milhões de euros), foram alocados a uma espécie de fundo cujos juros deviam ser redistribuídos anualmente «àqueles que, durante o ano, tenham prestado os maiores serviços à humanidade».
O testamento previa que os juros do capital investido fossem distribuídos ao autor da descoberta ou invenção mais importante do ano no campo da Física, da Química, da Fisiologia ou Medicina, e da obra de Literatura de inspiração idealista que mais se tenha destacado.
Uma última parte seria atribuída à personalidade que mais ou melhor contribuísse para «a aproximação dos povos».
A cerimónia de atribuição acontece anualmente a 10 de dezembro, data de aniversário da morte do seu mentor.
Fonte: Lusa