11-10-2019
No âmbito da 8ª Reunião da Vigilância Epidemiológica da Gripe em Portugal, realizada dia 11 de outubro, em Lisboa, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge divulga o relatório anual do Programa Nacional de Vigilância da Gripe (PNVG). A presente publicação descreve a caraterização clínica e laboratorial da atividade gripal na época 2018/2019.
O PNVG assegura a vigilância epidemiológica da gripe em Portugal, integrando as componentes de vigilância clínica e laboratorial. A componente clínica possibilita o cálculo de taxas de incidência permitindo descrever a intensidade e evolução da epidemia no tempo. A componente virológica tem por base o diagnóstico laboratorial do vírus da gripe o que permite detetar e caraterizar os vírus da gripe em circulação em cada inverno.
As atividades do PNVG são desenvolvidas pelo Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios do Departamento de Doenças Infeciosas e pelo Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, em colaboração com a Direção-Geral da Saúde.
Da descrição da atividade gripal no inverno de 2018/2019 agora apresentada, destacam-se os seguintes resultados:
- Na época 2018/2019 a atividade gripal foi de intensidade moderada;
- O vírus da gripe A(H3) foi o predominante durante todo o período epidémico. Foi igualmente detetado em co circulação o vírus A(H1)pdm09;
- A análise virológica demonstrou que os vírus A(H3) circulantes eram diferentes antigenicamente da estirpe vacinal de 2018/2019. A análise genética mostrou uma grande diversidade destes vírus em circulação. Os vírus A(H1)pdm09 detetados eram semelhantes à estirpe vacinal de 2018/2019;
- Observou-se um excesso de mortalidade, de cerca de 2.840 óbitos, no período coincidente com a epidemia de gripe e a vaga de frio;
- A taxa de admissão de casos confirmados de gripe em UCI registou o valor máximo na semana 4/2019 (11,2%). Nas UCI verificou-se a deteção de vírus influenza A(H1)pdm09 e A(H3) em proporções semelhantes.
Os resultados obtidos no relatório constituem informação útil para a orientação e planeamento de medidas de prevenção e controlo da gripe de forma precisa. Para consultar o Relatório PNVG 2018/2019, clique aqui.
Vigilância Epidemiológica da Gripe
Efetividade da vacina na época passada foi de quase 60% nos grupos de risco
A efetividade da vacina da gripe na época passada situou-se entre os 32% e os 43% na população em geral, mas foi de quase 60% nos grupos-alvo da vacinação.
Os dados preliminares são de seis estudos europeus e estão refletidos no relatório do Programa Nacional de Vigilância da Gripe (PNVG) na época 2018/2019, do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA). Este programa tem como objetivos estimar a incidência e intensidade da epidemia de gripe, assim como identificar e caracterizar os vírus da gripe em circulação.
O relatório do INSA refere que os dados disponíveis apontam para uma efetividade entre os 32% e os 43% e nos grupos-alvo da vacinação de 59%. Entre os grupos-alvo estão os mais idosos, a partir dos 65 anos, doentes crónicos, pessoas em lares ou instituições ou profissionais de saúde.
As autoridades e peritos portugueses analisaram mais de 130 pessoas vacinadas e com indicação da idade. Entre esses 139 casos foi detetada gripe em quase metade (65).
«A maior percentagem de falhas da vacina ocorreu no grupo etário dos 15 aos 44 anos. A confirmação de gripe em indivíduos vacinados poderá estar relacionada com uma baixa/moderada efetividade da vacina antigripal», lê-se no relatório.
O documento recorda que a efetividade da vacina varia de época para época, consoante os vírus circulantes, mas também de acordo com a idade, estado imunitário do doente e doenças associadas.
Este ano, Portugal terá pela primeira vez vacinas tetravalentes, que protegem contra quatro tipos de vírus. A Direção-Geral da Saúde (DGS) tem a expectativa de que esta vacina venha a ser mais efetiva, por cobrir mais hipóteses de variação do vírus da gripe em circulação.
Para saber mais, consulte:
Instituto Ricardo Jorge > Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe