Alimentação vegetariana: DGS recomenda suplemento de vitaminas e minerais para bebé e grávida

16/10/2019

Direção-Geral da Saúde (DGS) recomenda suplementos de vitaminas e minerais para bebés e grávidas com alimentação vegetariana e lembra que a dieta não omnívora no primeiro ano de vida deve estar sempre sob supervisão médica.

«A existência de um número crescente de progenitores que praticam e pretendem que o lactente pratique outras dietas, nomeadamente vegetarianas, leva à necessidade de saber adequar, com a máxima segurança possível, a alimentação do lactente a uma alimentação não omnívora», recordam os autores das linhas de orientação para profissionais sobre a alimentação saudável dos 0 aos 6 anos.

Os especialistas dizem que a alimentação vegetariana durante o primeiro ano de vida é possível, mas avisam que «quanto mais restritiva for a dieta maior o risco de carências nutricionais com repercussão no crescimento, maturação e desenvolvimento» e defendem que «deve ser estritamente cumprida a suplementação vitamínica e mineral recomendada».

O défice em vitamina B12, «associado a compromisso irreversível do desenvolvimento cerebral, do crescimento e ainda à anemia megaloblástica», e a carência de vitamina D e cálcio, «que compromete o crescimento e a saúde óssea e o desenvolvimento muscular», e de ferro, associada ao desenvolvimento neuro-cognitivo e motor, são algumas das limitações a ter em conta.

Num recém-nascido/lactente, filho de mãe vegetariana, a realizar aleitamento materno, «deve ser rigorosamente vigiada a suplementação materna em vitaminas e minerais, bem como efetuada suplementação ao lactente», aconselham.

«É uma opção que carece de alguns cuidados, pode ter risco e deve ser acompanhada devidamente pelo profissional de saúde. É muito importante que a gravidez seja vigiada, aliás, um dos requisitos para a gravidez saudável é a sua vigilância», considera a Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas.

Em declarações à agência Lusa, a responsável sublinha que os primeiros 1.000 dias de vida – desde a conceção até ao final do segundo ano de idade – é uma altura «extremamente exigente do ponto de vista nutricional».

Os autores destas linhas orientadoras para profissionais de saúde educadores recomendam ainda que, quando inicia outros alimentos além do leite materno, a criança deve ter uma oferta variada, de preferência sem açúcar nem sal, e em doses pequenas, e que a refeição não deve ser prolongada além dos 30 minutos.

Para as crianças nos primeiros anos de vida, mais do que o valor energético total, importa o adequado aporte em micronutrientes e a aprendizagem dos hábitos e comportamentos que condicionam o consumo alimentar ao longo da vida, recordam.

Em caso de dúvida, aconselham, «a Roda da Alimentação Mediterrânica é um bom guia do que deverá ser ofertado às crianças».

Os especialistas recomendam ainda a prática de atividade física desde cedo, combatendo o sedentarismo, a defendem que os aparelhos eletrónicos «nunca devem ser usados durante a refeição, nem durante os dois primeiros anos de vida». Após o 3.º ano de vida, a sua utilização lúdica e educativa deve ser excecional e não ultrapassar uma hora diária.

Fonte: Lusa