O especialista do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), João Mariano Pego, é o primeiro português a participar na elaboração de uma guideline  (orientação) do International Council for Standardization in Haematology (ICSH),  comité de padronização nas áreas de Hematologia e Hemostase.

De acordo com o CHUC, as boas práticas médicas regulam-se pelo seguimento de guidelines internacionais de entidades reconhecidas, «ficando o CHUC, deste modo, ligado à elaboração desta importante recomendação internacional».

O ICSH que elabora guidelines internacionais nestas áreas, e trabalha em parceria com a Organização Mundial da Saúde. A guideline agora publicada, sobre os valores críticos em coagulação, fornece orientação para a criação de uma política laboratorial de comunicação de valores críticos. Contou, além da colaboração de Portugal, com a colaboração de médicos dos Estados Unidos da América, França, Itália, Irlanda, Irão e Austrália.

João Mariano Pego é médico especialista de patologia clínica e esclarece que esta «guideline identifica os testes de coagulação que tendo um valor crítico têm risco potencial para o doente, com base no tipo de parâmetro analítico, resultado do teste e patologia do doente. São definidos limiares de resultados críticos e determinadas as normas aceitáveis para a comunicação destes valores críticos, os mecanismos e os documentos necessários.»

O especialista refere também que «a comunicação de valores críticos pode ser determinante para salvar a vida do doente, uma vez que mediante certos resultados de determinados parâmetros é recomendado o contacto imediato e directo para informar das alterações analíticas que podem colocar em causa a vida do doente, permitindo, assim, a imediata tomada de medidas correctivas e aumentando, desta forma, a probabilidade das anomalias serem corrigidas em tempo útil».

João Mariano Pego diz ainda que se trata de um «documento de fundamental importância para os doentes, uma vez que o seguimento desta guideline pode salvar vidas, e para os médicos que, com estas normas implementadas, passam a ter conhecimento de forma imediata de alterações potencialmente fatais conseguindo, assim, de forma atempada, proceder às correcções necessárias.»

Fotografia: João Mariano Pego (fonte: CHUC)

Para saber mais, consulte:

• ICSH – https://icsh.org/ (em inglês)
• CHUC – https://www.chuc.min-saude.pt/