21-11-2019
Ana Margarida Medeiros, especialista do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge na área das dislipidemias genéticas e membro do grupo de investigação “Biomedical & Translational Research” do BioISI/FCUL, foi distinguida com o prémio de melhor comunicação em poster no XXVII Congresso Português de Aterosclerose. O trabalho premiado sublinha a importância do doseamento da Lipoproteina (a) na identificação da origem da hipercolesterolemia e na avaliação do risco cardiovascular em indivíduos com suspeita clínica de Hipercolesterolemia Familiar.
O “Prémio Dr. Pedro Marques da Silva”, em honra do conhecido lipidologista português, foi atribuído pela Sociedade Portuguesa de Aterosclerose ao trabalho “Lipoproteina (a) levels and LPA genotype in patients with Familial Hypercholesterolemia”, desenvolvido pelo Grupo de Investigação Cardiovascular do Departamento de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças Não Transmissíveis (DPS) do Instituto Ricardo Jorge. A distinção teve lugar durante o XXVII Congresso Português de Aterosclerose, que decorreu, nos dias 15 e 16 de novembro, em Peniche.
A Lp(a) é considerada um fator de risco independente para a doença cardiovascular e, quando elevada, contribui 25 a 50% para o valor de colesterol LDL. Esta contribuição da Lp(a) para o valor total de LDL pode levar ao diagnostico incorreto de Hipercolesterolemia Familiar (FH), uma doença genética caraterizada por elevados níveis de colesterol desde o nascimento, que levam ao aparecimento de aterosclerose e doenças cardiovasculares precoces.
“Com este estudo, o Grupo de Investigação Cardiovascular do Instituto Ricardo Jorge continua a demonstrar a excelência do trabalho de investigação realizado na área das dislipidemias genéticas reconhecido nacional e internacionalmente”, sublinha a coordenadora da Unidade de Investigação e Desenvolvimento do DPS, Mafalda Bourbon. O Instituto Ricardo Jorge estuda esta doença desde 1999, no âmbito do Estudo Português de Hipercolesterolemia Familiar.
Indivíduos com FH com idades entre os 20-40 anos têm um risco 100 vezes superior de desenvolver doença cardiovascular, nomeadamente enfarte do miocárdio, mas este elevado risco pode ser prevenido se a patologia for identificada precocemente pois existe tratamento eficaz para baixar os valores de colesterol, um dos maiores fatores de risco cardiovascular. O diagnóstico molecular é a única forma de confirmar a suspeita clínica da doença.