Hospitalização Domiciliária

ULSNE | Hospitalização domiciliária

09/12/2019

paliativos_sns

Modelo reduz tempo de recuperação de doentes em Bragança

O tratamento em casa em vez do internamento hospitalar reduz o tempo de recuperação dos doentes, segundo constatou a equipa de hospitalização domiciliária, que acompanhou 34 casos em cinco meses em Bragança.

O Hospital de Bragança, integrado na Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNE), é o único em Trás-os-Montes que oferece aos doentes a possibilidade de serem tratados em casa, mediante determinadas doenças e se reunirem as condições necessárias, nomeadamente a existência de cuidadores.

Este conceito de hospital em casa permite aos doentes «uma convalescença muito mais rápida», assegurou à Lusa a médica responsável pela equipa, Cármen Valdivieso, concretizando: «se no internamento um processo leva, por exemplo, sete dias, em casa é cinco, ou se leva 15 dias, em casa são 12, porque recuperam muito melhor».

A hospitalização domiciliária surgiu em Portugal em 2015, com a primeira experiência no Hospital Garcia de Orta (Almada), e atualmente estão em funcionamento por todo o país 19 das 23 unidades contratualizadas com o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

A unidade de Bragança começou a funcionar em julho com capacidade para assistir cinco casos (camas) em simultâneo, com uma equipa de médicos e enfermeiros a levaram o hospital a casa dos doentes, incluindo disponibilização de equipamento e medicação.

«Tem a mesma equiparação que no hospital, mas a convalescença é muito mais favorável no próprio domicílio porque estão no seu ambiente familiar e recebem todos os mimos, quer do hospital, quer da própria família», reiterou a médica.

Quando o pai de 87 anos deu entrada na urgência do Hospital de Bragança e lhe propuseram esta modalidade, a reação de Ivone Calado foi: «isso é possível?», como contou à Lusa durante uma visita da equipa.

Tanto ela como a mãe, Ana Gonçalves, desconheciam esta modalidade que aplaudem.

«O que nos fez aceitar foi a explicação de todos os procedimentos, o facto de sabermos que a qualquer instante podemos contactar por uma linha direta. Sentimo-nos seguros», afirmou Ivone.

Outro facto que pesou foi a família estar habituada a estar junta e o pai quando se vê sozinho descompensar, pelo que adaptaram de imediato uma divisão da casa para tratar a infeção urinária que levou ao internamento do idoso semi-acamado.

«Sinto-me mais segura do que no hospital porque o vejo», enfatizou a filha, enquanto partilha com a equipa informações e são feitos os procedimentos necessários ao doente.

Na manhã em que a Lusa acompanhou a equipa, a médica Cármen e o enfermeiro Miguel Borges visitaram três doentes, entre eles Gustavo Vaz, de 38 anos, surpreendido por uma pneumonia que há duas semanas lhe leva o hospital a casa.

Depois de vários dias de sintomas, a custo, a mulher Ivone Silva conseguiu levá-lo à urgência do hospital de Bragança onde lhe foi feito o diagnóstico e proposto o tratamento em casa que, inicialmente, lhe pareceu «estranho».

Nas situações como a do marido, em que o doente é autónomo, Ivone acha «muito bem» esta solução e refere-se à equipa como «incansáveis».

Esta solução não é para todos os doentes, como sublinhou a médica Cármen, mas apenas para aqueles que têm os critérios adequados, já que um doente em estado grave não pode ir nunca para o domicílio.

A hospitalização domiciliária é proposta a doenças relacionadas com infeções, respiratórias ou outras mais leves e sempre com a condição de que o doente tem autonomia ou acompanhamento de cuidadores.

As visitas da equipa hospitalar são diárias, pela manhã com médica e enfermeiro e à tarde e noite com enfermeiro.

Se acontecer algo entre visitas, a família e o doente têm um contacto telefónico direto e, nos casos em que a equipa entenda necessário, pode ser pedida a intervenção de outras especialidades médicas como acontece no hospital.

O enfermeiro Miguel Borges realçou a vantagem, sobretudo para os idosos, desta modalidade que evita os típicos processos de confusão e desorientação quando são tirados do ambiente a que estão habituados e internados em meio hospitalar.

Ainda assim, entre os 34 doentes que acompanharam até agora em casa, a maioria está abaixo dos 60 anos.

Entre os doentes internados no hospital há mais casos que poderiam reunir os critérios para domicílio, mas falta um fator essencial.

«Nos idosos falta o cuidador, muitos dos casos que nós propormos para internamento, muitas das vezes é o cuidador que não tem condições durante parte do dia, porque as pessoas trabalham», indicou o enfermeiro.

Fonte: Lusa


CHULN | Hospitalização domiciliária

09/12/2019

Unidade do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte arranca em janeiro

A unidade de hospitalização domiciliária no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN)  vai iniciar a sua atividade em janeiro com um conjunto de doentes que vão receber em casa os cuidados que necessitam, sem os riscos associados ao internamento.

O Diretor Clínico do CHULN, Luís Pinheiro, que integra os Hospitais de Santa Maria e Pulido Valente , explicou o «processo de preparação logística» e de divulgação junto dos parceiros desta «nova oferta» está a ser ultimado, esperando que «o arranque efetivo com os primeiros doentes» aconteça no início de janeiro.

«Contamos que o nosso arranque seja até seis doentes e depois, a prazo, passar para 10» e até ao final do ano triplicar esse valor, acrescentou o responsável.

Luís Pinheiro sublinhou que a hospitalização domiciliária vai permitir que «doentes que carecem de cuidados hospitalares, de internamento, pela sua complexidade ou diferenciação possam ter esses cuidados, mas sem estar dentro das paredes do hospital».

Os cuidados são prestados em casa «com segurança e com qualidade, retirando os riscos associados à permanência no hospital, nomeadamente os riscos de infeções», argumentou.

Por outro lado, o doente tem maior comodidade porque faz em casa a terapêutica e tem acompanhamento como se estivesse no hospital, com «visitas dos médicos diariamente, ou sempre que necessário, e várias visitas de enfermeiros para avaliação terapêutica», afirmou Luís Pinheiro.

A unidade de hospitalização domiciliária será apresentada no dia 10 de Dezembro na conferência «Cuidados Para Além das Fronteiras do Hospital», que assinala os 65 anos do Hospital de Santa Maria.

Fonte: Lusa

Para saber mais, consulte:

CHULN >Notícias