Atividade gripal: país em «franca atividade» epidémica gripal mas incidência é moderada

26/12/2019

Portugal está em «franca atividade» epidémica gripal, mas a sua incidência é «bastante moderada», afirmou esta quinta-feira, dia 26 de dezembro de 2019, a Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas.

«Estamos acima da linha basal, estamos em atividade epidémica», declarou Graça Freitas, adiantando essa linha começou a subir «lentamente já a algumas semanas», o que fez prever que o pico aconteceria na última semana de dezembro em Portugal continental ou na primeira semana de janeiro.

Contudo, explicou, só se percebe que a atividade gripal está em pico quando «a curva começar a descer».

A atividade gripal em crianças e jovens «é sempre uma boa aproximação aos picos». «Normalmente, começa a aumentar muito nos muito pequenos, até aos cinco anos, e depois entre os cinco e os 16, porque estes são os que não têm imunidade nenhuma», adiantou.

Segundo Graça Freitas, a região Norte é onde tradicionalmente a atividade gripal epidémica se manifesta mais cedo devido às temperaturas mais baixas e porque têm populações mais concentradas, o que facilita a transmissão da doença.

«A região Centro também tem neste momento bastante gripe e o sul está, como costuma estar todos os anos, tranquilo», referiu.

Portanto, «neste momento, a atividade gripal epidémica no nosso país é de incidência bastante moderada, não temos valores que indiquem gravidade até à data».

De acordo com a Diretora-Geral da Saúde, há um aumento dos acionamentos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), da procura do Cento de Contacto do Serviço Nacional de Saúde (SNS 24), das urgências e há uma tendência para aumentar as consultas nos centros de saúde, «mas tudo dentro de um quadro bastante moderado até à data».

Mais de dois milhões vacinados contra a gripe

Como «possíveis explicações» para esta moderação, Graça Freitas apontou que o vírus que está a circular, que neste momento é do tipo B, o que indicia uma época gripal que será menos grave, as temperaturas moderadas e o facto de mais de dois milhões se terem vacinado.

«Tudo indica que esta será uma época mais calma do que outras épocas de gripe, mas não sabemos», porque a situação pode alterar-se se o vírus sofrer uma mutação e se as temperaturas descerem, ressalvou.

Apesar de haver mais afluência aos serviços de urgência, «a subida não está a ser abrupta». «Nas últimas semanas, tem aumentado o número de pessoas que vai a um serviço de urgência», cerca de 112 mil episódios por semana, mas o índice de sobrecarga dos hospitais indica que nenhum está no encarnado.

Nos cuidados de saúde primários, há uma estabilidade e todos os outros indicadores de procura tem um ligeiro aumento, nomeadamente o INEM e SNS 24, adiantou Graça Freitas, salientando que, «de um modo geral, os serviços estão a responder adequadamente».

Os hospitais nestes dois meses de «grande procura» (dezembro e janeiro) acionam os seus planos, tendo já aberto cerca de um terço das camas.

Nos invernos adoece-se mais, vai-se aos hospitais e acaba-se por morrer mais nesta estação e, portanto, «é normal» que a partir de determinada altura os hospitais comecem a abrir mais camas e a redirecionar os doentes dentro do hospital em função das necessidades, frisou.

«Muitos centros de saúde já têm o horário alargado» e, se for necessário, outros abrirão, concluiu.

Fonte: Lusa